<p><b>247 -</b> O deputado Rui Falcão (PT-SP) sugeriu nesta sexta-feira (5) a criação de um “anistiômetro”, ferramenta que tornaria público o posicionamento de parlamentares favoráveis a uma anistia ampla aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).</p>
<p>A declaração foi dada em entrevista ao programa <b>Boa Noite 247</b>. Segundo Falcão, a medida ajudaria a dar transparência ao debate e a pressionar deputados e deputadas a assumirem claramente sua posição diante da sociedade.</p>
<p>“Eu até sugiro que, assim como fizeram o ‘impostômetro’, seja feito o ‘anistiômetro’. Ou seja, quais os deputados e deputadas que publicamente vão dizer que votam pela anistia do Bolsonaro? Eu acho que esse placar pode ajudar a impedir a consumação dessa maioria”, afirmou o parlamentar.</p>
<p>Falcão citou ainda pesquisa recente do instituto Datafolha, segundo a qual <a href="https://www1.folha.uol.com.br/poder/2025/08/datafolha-61-dizem-nao-votar-em-candidato-que-promete-livrar-bolsonaro.shtml">61% da população declarou não votar em candidatos que defendem Bolsonaro</a>, indicando que a pressão social pode influenciar diretamente o destino da proposta.</p>
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<h2>Disputa no Congresso</h2>
<p>O comentário surge em meio às movimentações de uma ala do Centrão, que busca convencer o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a pautar projetos de anistia. O grupo debate três alternativas: apresentar uma versão “light”, sem incluir Bolsonaro; pautar o texto mais amplo, mesmo que rejeitado em plenário; ou aprovar uma versão restrita e obrigar os aliados do ex-presidente a tentar expandi-la por emendas.</p>
<p>Na Câmara, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), já reuniu mais de 260 assinaturas em requerimento de urgência para colocar o tema em votação. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), contudo, afirmou que só decidirá após o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).</p>
<p>Do lado do governo, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), classificou a articulação como uma “afronta ao STF, à democracia e à soberania nacional”, por ocorrer em paralelo ao julgamento dos principais acusados da tentativa de golpe.</p>
<p>Alcolumbre também sinalizou que não pretende pautar uma versão que beneficie diretamente Bolsonaro, para evitar confronto aberto com o Supremo.</p>
<h2>STF em julgamento decisivo</h2>
<p>Enquanto o Congresso discute alternativas de anistia, a Primeira Turma do STF julga Bolsonaro e ex-ministros acusados de tentativa de golpe. As sessões tiveram início em 2 de setembro e devem prosseguir na próxima semana.</p>
<p>Segundo balanço recente da Corte, mais de 630 condenações já foram proferidas desde o início do processo contra os envolvidos no 8 de janeiro, além de centenas de acordos de não persecução penal.</p>

Guilherme Paladino

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Rui Falcão propõe criação de "anistiômetro"; entenda

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