247 - A campanha de arrecadação de fundos criada para ajudar o voluntário indonésio Agam Rinjani, que participou das buscas pela brasileira Juliana Marins no Monte Rinjani, foi oficialmente cancelada neste domingo (29), após intensa polêmica nas redes sociais. As informações são do portal<a href="https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2025/06/29/vaquinha-agam-rinjani-cancelada.htm"> UOL.</a>
O encerramento da vaquinha foi anunciado em uma publicação conjunta no Instagram pela plataforma Voaa e pelo perfil Razões Para Acreditar, responsáveis pela iniciativa. Segundo o comunicado, o cancelamento ocorreu diante de uma onda de críticas, ameaças e disseminação de informações falsas que, segundo os organizadores, desviaram o foco da ação solidária.
O montante arrecadado, que totalizou R$ 522.305,53, seria destinado à compra de equipamentos de resgate para Agam, que liderou uma equipe de voluntários na tentativa de salvar Juliana Marins, desaparecida nas encostas do vulcão indonésio. A brasileira foi encontrada sem vida dias após o início das buscas.
A controvérsia começou quando foi revelado que a Voaa cobraria 20% do valor arrecadado, o que representaria pouco mais de R$ 104 mil. Parte dos doadores e internautas questionou a transparência da campanha e considerou a taxa elevada, o que gerou um debate acalorado sobre a ética da plataforma.
Inicialmente, Agam havia resistido a aceitar qualquer ajuda financeira, pedindo apenas orações. No entanto, acabou cedendo após a comoção internacional e autorizou as doações, que foram concentradas exclusivamente na plataforma Voaa para evitar as dificuldades de transferências internacionais diretas.
Em nota oficial, os organizadores reconheceram falhas na comunicação sobre as taxas cobradas, mas reforçaram que as condições da vaquinha estavam expostas no site desde o início. "Reconhecemos com humildade que, neste momento, a discussão em torno da 'Vaquinha do Agam' desviou a atenção da essência da campanha e, principalmente, da história que desejávamos apoiar", afirmaram Voaa e Razões Para Acreditar.
A plataforma justificou a cobrança, explicando que o valor serve para cobrir não apenas os custos operacionais e de equipe, mas também serviços como curadoria, verificação de informações, produção de conteúdo, gestão jurídica e financeira e acompanhamento das campanhas até o encerramento.
Apesar da justificativa, muitos internautas se mostraram insatisfeitos com a decisão de cancelar a vaquinha, principalmente porque, segundo eles, a plataforma preferiu interromper o apoio ao voluntário a reduzir ou abrir mão da taxa. "Preferem devolver o valor e não ajudar o Agam, do que abrir mão dos 20%. Isso prova que nunca foi pela caridade e sim pelo lucro", criticou um dos seguidores. Outro usuário classificou o episódio como "tremenda falta de respeito".
A Voaa e o Razões Para Acreditar encerraram o comunicado reafirmando o compromisso com a transparência e o impacto social. "Nosso objetivo jamais foi outro senão ajudar, por isso a Voaa e o Razões para Acreditar continuarão resguardando sua moral, ética e credibilidade, princípios que sempre nortearam nossa trajetória. Permaneceremos firmes em nosso propósito, realizando com seriedade um trabalho que há anos transforma milhares de vidas, conectando pessoas e gerando impacto positivo. Pedimos sinceras desculpas a todos que possam ter se sentido desconfortáveis, enganados ou desrespeitados."
Os organizadores informaram ainda que o valor arrecadado será devolvido automaticamente aos doadores pelos mesmos meios de pagamento utilizados, sem necessidade de ação por parte dos contribuintes. O processo de estorno deve ser concluído nesta segunda-feira (30).

Laís Gouveia

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