China reafirma seus compromissos ambientais e promete não desacelerar ações climáticas

247 – Em discurso no Encontro de Líderes sobre Clima e Transição Justa, realizado na quarta-feira (23), o presidente da China, Xi Jinping, apresentou propostas para fortalecer a cooperação internacional no combate às mudanças climáticas e reafirmou o compromisso de seu país com a construção de “um futuro compartilhado para a humanidade”. A reportagem foi originalmente publicada pela agência Xinhua.

Ao detalhar a visão de desenvolvimento verde da China e anunciar novas ações climáticas, Xi Jinping declarou: “Por mais que o mundo mude, a China não desacelerará suas ações climáticas, não reduzirá seu apoio à cooperação internacional e não cessará seus esforços para construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade”. O líder chinês também destacou que, até a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP), que será realizada em 2025 em Belém, no Brasil, a China apresentará suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para 2035, abrangendo todos os setores econômicos e todos os gases de efeito estufa.

Observadores internacionais elogiaram a importância das propostas apresentadas. Putra Adhiguna, diretor-gerente do Energy Shift Institute da Indonésia, afirmou que “em um mundo turbulento, a mensagem vinda de Pequim projeta uma visão clara de para onde o mundo deve se mover”, elogiando a consideração de Xi pelas diferentes necessidades dos países e a defesa da partilha dos frutos do desenvolvimento verde.

Al Mamun Mridha, ex-secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Bangladesh-China, também ressaltou que “a ênfase de Xi no multilateralismo e no aprofundamento da cooperação internacional é oportuna e louvável”. Para Mridha, a transição justa é fundamental para países em desenvolvimento como Bangladesh, que precisam aliar crescimento econômico à sustentabilidade ambiental.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reconheceu a relevância do encontro e das iniciativas chinesas. “Foi uma das reuniões mais diversas de chefes de Estado focadas exclusivamente no clima em muito tempo. Ainda assim, ouvi uma mensagem unificadora em direção à ação”, declarou Guterres em coletiva de imprensa após a reunião virtual.

Gareth Redmond-King, chefe do Programa Internacional da organização britânica Energy and Climate Intelligence Unit, destacou que “o mundo está avançando para a meta de emissões líquidas zero”. Segundo ele, os compromissos assumidos pelos países indicam que “o processo multilateral, apesar de suas frustrações, continua em movimento”.

Outro comentário relevante veio de Nanda Kumar Janardhanan, vice-diretor de clima e energia do Instituto de Estratégias Ambientais Globais, no Japão. “Manter o multilateralismo, promover transições justas e compartilhar inovações verdes são essenciais para um futuro seguro e próspero”, afirmou. Para ele, “juntos, o mundo pode construir um planeta resiliente que sirva ao bem-estar de toda a humanidade”.

As imagens que ilustraram o evento, como a de um parque eólico offshore na costa de Yancheng, na província de Jiangsu, e a da zona de demonstração de carbono zero em Boao, província de Hainan, reforçam o compromisso concreto da China com a transição para uma economia de baixo carbono.

Com as novas propostas e metas anunciadas, a China consolida sua posição como uma das principais lideranças globais na governança climática, num momento em que a cooperação internacional se torna cada vez mais essencial para enfrentar os desafios ambientais do século XXI.