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Brasil amplia vacinação contra HPV e supera a média global

Cobertura vacinal entre adolescentes cresce e coloca o país como referência mundial na prevenção de cânceres relacionados ao vírus

Brasil amplia vacinação contra HPV e supera a média global (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

247 - O Brasil registrou avanços significativos na vacinação contra o HPV em 2024, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O país alcançou 82,8% de cobertura vacinal entre meninas de 9 a 14 anos, número muito acima da média mundial, estimada em apenas 12%. Entre os meninos da mesma faixa etária, a cobertura chegou a 67,2%, consolidando a ampliação da proteção também para o público masculino.

A vacina contra o HPV previne diferentes tipos de câncer, como os de colo do útero, ânus, pênis, garganta e pescoço, além de verrugas genitais. Desde 2023, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem revertido a queda nas coberturas vacinais registrada em anos anteriores. Em 15 das 16 vacinas do calendário infantil houve melhora, resultado de campanhas nacionais, vacinação em escolas, parcerias locais e estratégias adaptadas às realidades regionais.

Crescimento contínuo e estratégias de resgate

Entre 2022 e 2024, a cobertura entre meninas passou de 78,4% para 82,8%. Já entre os meninos, o salto foi ainda mais expressivo, de 45,4% para 67,2% no mesmo período — um crescimento de 22% em apenas dois anos. A inclusão dos meninos no esquema vacinal representa também avanço nas políticas de prevenção contra a meningite.

O Ministério da Saúde adotou, ainda, a chamada estratégia de resgate vacinal para adolescentes de 15 a 19 anos que perderam a oportunidade de se imunizar. Até 21 de agosto deste ano, mais de 106 mil jovens já receberam a vacina. Estados com maior número de não vacinados, como São Paulo e Rio de Janeiro, iniciaram recentemente a mobilização, e a expectativa é de que os índices cresçam nas próximas semanas.

Ações conjuntas e combate à desinformação

A ampliação da cobertura vacinal também é fruto da atuação integrada do Ministério da Saúde com entidades médicas, ONGs e o Ministério da Educação. Entre as medidas estão a vacinação em escolas, campanhas de conscientização e esforços para combater notícias falsas que desestimulam a imunização.

Desde 2024, o Brasil passou a adotar o esquema de dose única da vacina contra o HPV para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, substituindo o modelo de duas doses. A mudança acompanha recomendações internacionais e está alinhada à meta da OMS de eliminar o câncer de colo do útero até 2030, com cobertura mínima de 90% entre meninas. O Brasil, entretanto, foi além ao incluir também os meninos nesse processo.

Compromisso com a saúde pública

Desde 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) distribuiu mais de 75 milhões de doses da vacina contra o HPV, consolidando uma das estratégias mais abrangentes do mundo. Além dos adolescentes, o programa contempla meninos e meninas vítimas de violência sexual, pessoas imunossuprimidas, usuários de profilaxia pré-exposição (PrEP) e crianças com papilomatose respiratória recorrente.

Para grupos específicos, como pacientes oncológicos, transplantados e pessoas vivendo com HIV/AIDS, o esquema continua sendo de três doses, independentemente da idade. Já as vítimas de violência sexual entre 9 e 14 anos seguem com duas doses, enquanto as de 15 a 45 anos, assim como usuários de PrEP, devem receber três aplicações.

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