'Sistemas de proteção robustos contra enchentes levarão alguns anos', diz Eduardo Leite

247 - O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), fez um balanço sobre as ações adotadas pelo estado após as enchentes históricas de 2024 e as perspectivas para os próximos anos. Embora tenha afirmado que o estado já implementa medidas para minimizar os impactos de novas cheias, Leite reconheceu que a formação de sistemas de proteção robustos exigirá um período considerável para ser efetivada. 

“A gente tem que ter a consciência de que sistemas de proteção robustos, como os que o Rio Grande do Sul precisa ter para proteger as suas cidades, levarão alguns anos. Não significa que nada se faça neste período. Pelo contrário, é a etapa de preparação para termos os projetos, os estudos ambientais e a execução de obras bilionárias”, disse o governador ao jornal Folha de S. Paulo.

De acordo com o governador, se as chuvas de 2024 se repetissem, as consequências seriam menores, já que o estado agora conta com sistemas de monitoramento mais precisos, como radares meteorológicos e estações hidrometeorológicas, além de ações de desassoreamento nos rios.

A relação entre o governo estadual e federal também foi um ponto de destaque na entrevista. Embora tenha reconhecido o apoio do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Leite criticou o que considera “lentidão” do processo de entrega das moradias prometidas.

"O presidente esteve aqui dizendo que teria casa para todo mundo que precisasse. Até agora, apenas 1.500 unidades foram viabilizadas", disse o governador. Ele também afirmou que o governo federal demorou a regulamentar o acesso ao fundo de R$ 6,5 bilhões destinado à proteção contra as cheias. 

"O governo federal fez ações em direção ao estado. Reconhecemos e agradecemos, mas não deixamos de demandar tudo aquilo que é necessário. Meu papel como governador não é adular o presidente e bater palmas simplesmente", ressaltou.

Em relação ao seu futuro político, Leite não descartou a possibilidade de uma candidatura à Presidência da República em 2026, embora ainda não tenha decidido se continuará no PSDB ou migrará para o PSD.