Lobo em pele de cordeiro: os disfarces do maior predador sexual do RS que fez 700 vítimas
Homem usou disfarces sociais para abusar de centenas de mulheres e crianças no Rio Grande do Sul
247 - O homem conhecido como o "maior predador sexual do Rio Grande do Sul", Ramiro Gonzaga Barros, 36 anos, usou sua reputação social para encobrir uma década e meia de crimes hediondos, deixando um rastro de pelo menos 700 vítimas. A revelação foi feita pelo delegado Valeriano Garcia Neto, que classificou o suspeito como estando "acima de qualquer suspeita". As informações são de uma reportagem do portal Metrópoles.
Durante 16 anos, entre 2009 e janeiro de 2025, Ramiro agiu impunemente, disfarçado de empresário, professor e filantropo. O delegado Neto revelou o modus operandi do criminoso, que padronizava seus ataques e organizava o material obtido em arquivos meticulosamente catalogados.
Os disfarces do predador
Para alcançar e enganar suas vítimas, Ramiro utilizava diversas fachadas. Na cidade de Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre, ele se apresentava como professor, dando aulas gratuitas em projetos sociais. "Isso criava uma circunstância muito favorável para que ele tivesse a oportunidade de cometer os crimes", afirmou o delegado.
Além da atuação em projetos sociais, o criminoso mantinha uma loja de animais exóticos no centro da cidade. Esse local servia como mais uma ferramenta para os abusos, já que Ramiro recebia visitas de escolas infantis. O delegado reforça que "não resta dúvida de que, sim, ele usava essas circunstâncias a seu favor para a prática delitiva".
Ramiro não vivia isolado. Ele morava com a família, que, assim como as vítimas, foi enganada pelas aparências. O delegado Valeriano Garcia Neto fez questão de ressaltar que os familiares não têm qualquer envolvimento com os crimes.
O fim da impunidade
A sequência de crimes de Ramiro só chegou ao fim em janeiro deste ano, quando uma menina de 9 anos denunciou os abusos à sua mãe. A partir do depoimento da criança, que foi assediada e chantageada entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, a polícia iniciou uma investigação que culminou na prisão do suspeito.
Ramiro coagia a menina a enviar fotos e vídeos íntimos pelo Instagram. Ele usava o material como ferramenta de chantagem, ameaçando divulgá-lo caso a criança não cedesse a novas exigências.
Durante a prisão, a polícia encontrou na residência do criminoso uma vasta quantidade de mídias digitais. O material ilícito continha centenas de imagens de pornografia infantil, organizadas em pastas com o nome de cada vítima. As investigações revelaram mais de 750 arquivos, o que reforça a suspeita de que ele fez centenas de vítimas.
As investigações prosseguem, e, até o momento da publicação da reportagem, Ramiro havia sido indiciado em oito inquéritos, cada um com uma vítima diferente.