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Decreto do governador Eduardo Leite que aumentou preço de alimentos no RS segue em vigor mesmo com a tragédia

Deputado estadual Adão Pretto Filho oficiou o governador pedindo revogação imediata da medida que onera os preços dos alimentos no estado

Decreto do governador Eduardo Leite que aumentou preço de alimentos no RS segue em vigor mesmo com a tragédia (Foto: Reuters | Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini)

247 - Por Guilherme Zanini - O dia 1º de maio é uma data emblemática por ser o Dia do Trabalhador. Pois foi exatamente nessa data que entrou em vigor um decreto do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que aumentou o imposto de alguns itens da cesta básica no RS. Desde então, produtos como pão e leite deixam de ser isentos de tributação e passam a ter alíquota de ICMS de 12%.

Outros produtos como carnes, açúcar, café, erva-mate, feijão, arroz tiveram reajuste de 7% para 12% na alíquota do imposto. O decreto entrou em vigor dias depois de o governador retirar um projeto no qual pretendia aumentar a alíquota de ICMS de 17% para 19% no Rio Grande do Sul. Acontece que, mesmo depois de o estado ser arrasado pelas enchentes que atingem o RS, Eduardo Leite não recuou do decreto. Ou seja: a população gaúcha está pagando mais caro pelos itens básicos que compõem a cesta básica.

O deputado Adão Pretto Filho (PT) enviou ainda na última segunda-feira (6) um ofício ao gabinete do governador Eduardo Leite, no qual solicita a revogação deste decreto. A posição do parlamentar é a mesma da bancada do Partido dos Trabalhadores e do PCdoB, que, por meio de uma nota, também pediu a retirada do decreto.

“Não é justo que diante da maior catástrofe ambiental do nosso estado ainda tenhamos que conviver com aumento de preços dos itens mais básicos para a alimentação dos gaúchos. Sou contra impostos incidirem sobre alimentos. Numa situação como a que vivemos, é ainda mais absurdo a população estar pagando mais caro para comer", afirma Adão Pretto.

O deputado reitera que o Governo Federal está empenhado, sem medir esforços nem recursos, para ajudar os gaúchos. Nesta quinta-feira (9), o governo federal anunciou investimentos que superam os 50 bilhões de reais para a reconstrução do Rio Grande do Sul.

Durante entrevista coletiva, Eduardo Leite foi questionado se seria possível revogar o decreto. O governador respondeu que sim, desde que fossem sanadas as demandas financeiras e fiscais. Sem entrar em detalhes, o chefe do executivo gaúcho afirmou que precisará de cerca de 20 bilhões de reais para atender às necessidades do Rio Grande do Sul após a tragédia.

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