Vice-prefeita é acusada de desviar verba pública para pagar amarração amorosa de R$ 380 mil
Mãe de santo acusa Juliana Teixeira de calote de R$ 380 mil, denúncias envolvem triangulação de recursos e afastamento imposto pela Justiça
247 - A vice-prefeita de Ribeira, no interior de São Paulo, Juliana Maria Teixeira da Costa, está no centro de um escândalo que mistura desvio de dinheiro público, rituais de amarração amorosa e denúncias de calote. A denúncia foi revelada pelo portal Metrópoles, que teve acesso a vídeos, comprovantes de pagamentos e investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP).
A acusação parte de Samantha, uma mãe de santo que afirma ter sido contratada por Juliana para realizar um "casamento espiritual" com um servidor da prefeitura. Segundo ela, o serviço foi orçado em R$ 380 mil, mas apenas R$ 40 mil teriam sido pagos. O restante, segundo Samantha, foi prometido, mas nunca entregue.
“Eu fui uma pessoa lesada, que estou com o rombo da Juliana de 380 mil reais, de um casamento espiritual…”, disse a mãe de santo nas redes sociais. Em tom revoltado, ela dispara: “Juliana, que eu vou atrás de você, nem que for para entrar dentro do inferno e te buscar, eu vou”.
Segundo as investigações, Juliana teria utilizado uma empresa terceirizada, a W. F. Da Silva Treinamentos Ltda., para repassar valores da prefeitura diretamente à mãe de santo. Em uma das transferências identificadas, a empresa recebeu R$ 41,2 mil do município e depositou exatamente esse valor na conta de Samantha — supostamente como parte do pagamento do ritual. Outro depósito, de R$ 6 mil, foi feito diretamente em nome da vice-prefeita.
O caso envolve ainda o servidor Lauro Olegário da Silva Filho, técnico em enfermagem e, segundo o MPSP, o alvo da amarração espiritual. Desde que Juliana assumiu o comando da Secretaria de Saúde, Lauro passou a receber gratificações e escalas extras, o que levantou suspeitas de favorecimento pessoal.
Diante das evidências, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou no dia 1º de agosto o afastamento de Juliana e Lauro de suas funções públicas. Ambos também estão proibidos de entrar em qualquer repartição da prefeitura, sob pena de prisão. A Justiça ainda suspendeu os contratos da prefeitura com a empresa envolvida e proibiu novos vínculos.
Além disso, o Ministério Público ingressou com uma ação por improbidade administrativa contra Juliana, Lauro e William Felipe da Silva, dono da empresa. O órgão requer a anulação dos contratos e a devolução dos valores aos cofres públicos.
Em nota publicada nas redes sociais, Juliana negou as acusações e disse ser vítima de ataques caluniosos. Ela afirma que registrou boletim de ocorrência e que pretende processar todos os envolvidos. “Ataques mentirosos, agressivos e caluniosos têm o claro objetivo de manchar minha imagem. Repudio com veemência”, escreveu.
Samantha, por sua vez, diz que já recebeu parte do valor e deu prazo até segunda-feira (11) para o restante ser quitado. Caso contrário, promete levar o caso às últimas instâncias. “Eu vou até o final. Eu vou depor para quem for, mas vocês vão pagar um por um por vocês terem me enganado e me deixado no rombo”, declarou.
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