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Sabesp compra controle da Emae por R$ 1,13 bilhão e amplia atuação em saneamento e energia

Negócio envolve 70,1% do capital da Emae e fortalece integração dos sistemas Guarapiranga e Billings, além de ampliar geração elétrica no estado

Sabesp (Foto: Gilberto Marques/GovSP)

247 - A Sabesp anunciou neste domingo (5) a compra do controle da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) por R$ 1,13 bilhão. A informação foi publicada pela Folha de S.Paulo. A operação consolida a presença da companhia estadual de saneamento no setor de energia e amplia sua atuação na gestão hídrica da Região Metropolitana de São Paulo.

O acordo prevê a aquisição de 70,1% do capital total da Emae. Para isso, a Sabesp comprará 74,9% das ações ordinárias da empresa, em posse da Phoenix Água e Energia, ao valor de R$ 59,33 por ação. Também comprará 66,8% das ações preferenciais detidas pela Eletrobras, por R$ 32,07 por ação.

Apesar do anúncio, o negócio ainda depende de aprovação dos órgãos reguladores e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A Phoenix, administrada pela gestora Trustee DTVM e ligada ao empresário Nelson Tanure, havia adquirido a Emae em leilão realizado em abril de 2024, por R$ 1,04 bilhão, em uma disputa que também contou com a participação da francesa EDF e da Matrix Energia.

Segundo a Sabesp, a incorporação da Emae permitirá ganhos ambientais, econômicos e estratégicos. A companhia pretende ampliar a segurança hídrica de São Paulo, a partir da gestão conjunta dos reservatórios Guarapiranga e Billings, e fortalecer sua base financeira com os ativos de geração elétrica, que possuem contratos de longo prazo indexados à inflação.

Em comunicado, a empresa destacou que a operação também se insere no contexto dos desafios climáticos: “O negócio combina ganhos ambientais e econômicos e permite enfrentar melhor os efeitos das mudanças climáticas e a crescente demanda por serviços essenciais”.

A Emae tem origem no processo de privatização da antiga Eletropaulo e foi a última companhia de energia a permanecer sob controle do governo paulista até ser vendida ao Fundo Phoenix. Atualmente, administra quatro usinas no estado, com potência instalada de 960,8 MW.

O maior ativo do portfólio é o complexo Henry Borden, em Cubatão, que sozinho responde por 889 MW de capacidade instalada. Para gerar energia em suas duas usinas, que contam com 14 geradores, o curso do rio Tietê é desviado de seu fluxo natural rumo ao interior, fazendo a água descer a Serra do Mar.