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Prefeitura de São Paulo instala faixa contra mototáxi em local de acidente fatal com passageira da 99

Jovem de 22 anos morreu após colisão na Avenida Tiradentes; Prefeitura e empresas travam embate judicial sobre legalidade do serviço

Larissa Torres (direita), que morreu atropelada após moto em que estava colidir com porta de carro — Foto: Arquivo pessoal (Foto: Reprodução)
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247 - A morte da jovem Larissa Barros Maximo Torres, de 22 anos, em um acidente envolvendo um mototáxi da plataforma 99 no último sábado (24), levou a Prefeitura de São Paulo a reforçar publicamente seu posicionamento contrário ao serviço. Nesta semana, uma faixa foi instalada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) na Avenida Tiradentes, local da tragédia, com um alerta direto à população: “A CET registrou neste local a morte de uma passageira que usava o serviço de mototáxi da empresa 99. O serviço de mototáxi é proibido — preserve sua vida.” As informações são do jornal O Globo.

Larissa foi lançada à pista após a moto na qual estava colidir com a porta aberta de um carro. Em seguida, ela foi atropelada por outro veículo que trafegava pela avenida. O motociclista que conduzia a jovem sofreu ferimentos na perna e foi liberado após atendimento médico.

A família da vítima ficou sem respostas nas horas que seguiram o acidente. Segundo relato do tio de Larissa, Carlos Alberto Torres, a corrida constava como finalizada no aplicativo da 99, mas ela nunca chegou ao destino. “Deu como encerrada, certo? Só que ela não chegou. Aí fomos até pedir pra puxar a câmera de segurança, tudo. Foi quando o hospital ligou, avisando que ela estava no hospital. Chegando lá, constatou o óbito. E a empresa de aplicativo, eu gostaria de uma explicação, entendeu? E que justiça seja feita. O absurdo todo é esse”, declarou Carlos Alberto em entrevista à emissora.

O acidente acirrou o embate entre a Prefeitura e as plataformas de transporte por aplicativo. O prefeito Ricardo Nunes (MDB), que já havia declarado oposição ao modal, afirmou que espalharia faixas pela cidade responsabilizando as empresas pelas mortes causadas durante o uso do serviço. A medida foi posta em prática mesmo após críticas das empresas envolvidas.

A 99, por meio de nota, classificou a ação como “desrespeito e oportunismo” por parte da administração municipal. Segundo a empresa, “Larissa foi mais uma vítima do trânsito paulistano” e acusou a prefeitura de omissão diante do alto número de mortes no trânsito: “É lamentável o comportamento de uma administração que abriu mão das metas de redução de mortes no trânsito da cidade e se calou diante das mais de 3 mil vidas ceifadas pelo trânsito paulistano muito antes e sem qualquer relação com a operação de motoapps”.

A Uber, que também operava o serviço até a tarde de segunda-feira (26), informou que suspenderá temporariamente o uso do mototáxi na cidade, após nova decisão judicial reafirmar a proibição e fixar multa diária de R$ 30 mil em caso de descumprimento. A empresa, no entanto, criticou o que chama de “concorrência desleal”: “Cabe destacar que a decisão atual abre caminho para que demais empresas continuem operando com serviços clandestinos e sem as camadas de segurança oferecidas pela Uber”.

Mesmo após a decisão anterior do Tribunal de Justiça de São Paulo, que já proibia o transporte de passageiros por motos na capital, as plataformas seguiram operando o serviço por mais de uma semana. A nova ordem judicial reforça a proibição e pressiona ainda mais o setor de aplicativos.

O caso reacende o debate sobre a regulamentação do transporte por mototáxis em grandes cidades brasileiras, sobretudo em metrópoles com intenso tráfego como São Paulo. De um lado, as plataformas defendem o serviço como seguro e acessível; do outro, autoridades municipais argumentam que o modelo expõe usuários e condutores a riscos graves. Enquanto isso, tragédias como a de Larissa continuam a alimentar a polêmica e a pressão por uma regulamentação definitiva.

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