Onda de violência leva à suspensão de sessão na Câmara dos Vereadores do Rio
A Casa Legislativa destacou haver dificuldades de locomoção na cidade. Ruas foram interditadas, com barricadas feitas com veículos sequestrados
Agenda do Poder - A Câmara do Rio suspendeu a sessão plenária desta terça-feira (28) devido à situação de caos provocada pelos desdobramentos da maior operação já realizada contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha. O anúncio foi feito pelo presidente da Casa, Carlo Caiado (PSD), logo na abertura dos trabalhos.
Segundo o vereador, a decisão visa garantir a segurança de funcionários e parlamentares diante das dificuldades de locomoção na cidade, já que diversas vias se encontram interditadas, com barricadas feitas com veículos sequestrados por criminosos.
“Neste momento, o mais importante de tudo é a segurança de toda a população”, disse Caiado.
A Câmara também publicou um comunicado formalizando a suspensão.
“A Câmara Municipal do Rio de Janeiro informa que, em razão dos recentes acontecimentos relacionados à segurança pública na cidade, que resultaram no fechamento de vias e em dificuldades de deslocamento para diversos servidores e parlamentares, a sessão plenária prevista para esta terça-feira foi suspensa. A decisão visa garantir a segurança de todos”.
Operação mais letal do Rio
A megaoperação conjunta das polícias Civil e Militar nos complexos do Alemão e da Penha mobiliza cerca de 2,5 mil agentes e resultou, até o momento, em 81 prisões e 60 mortes — entre elas, quatro policiais, dois civis e dois do Bope. Criminosos reagiram com drones equipados com explosivos, bombas caseiras e barricadas incendiadas, transformando as comunidades em cenário de guerra. A operação é considerada a mais letal da história do Rio.
O Rio entrou em Estágio 2 no início desta tarde, segundo o Centro de Operações (COR), devido a interdições intermitentes em vias das zonas Norte, Oeste e Sudoeste. Escolas suspenderam aulas e milhares de moradores enfrentam dificuldades para se deslocar. Mais de 100 linhas de ônibus e os corredores Transbrasil e Transcarioca do BRT tiveram a operação severamente afetada ao longo do dia.
A megaoperação tem como foco prender líderes do tráfico, como Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, braço direito de Edgard Alves de Andrade, o Doca, apontado como chefe do CV e principal alvo da polícia. Mais cedo, o Disque Denúncia divulgou uma recompensa recorde de R$ 100 mil por informações que levem à prisão de Doca — a maior dos últimos anos.


