Feminicídio de professora em SP teve cinco envolvidos e motivações já apontadas pela polícia
Vítima foi morta por estrangulamento e se preparava para mudar para a Alemanha
247 - A morte da professora de matemática Fernanda Reinecke Bonin, de 42 anos, está sendo investigada como feminicídio pela Polícia Civil de São Paulo. O corpo da educadora foi encontrado no dia 28 de abril em um terreno baldio na zona sul da capital paulista, com sinais de estrangulamento. Segundo informações apuradas pelo portal CNN, o caso já tem cinco suspeitos identificados, e a principal linha de investigação aponta para um crime premeditado, com possível motivação ligada a ciúmes, questões financeiras e um seguro de vida de R$ 500 mil.
Fernanda Bonin dava aulas em uma escola de alto padrão na zona oeste de São Paulo. Ela era casada com a médica veterinária Fernanda Loureiro Fazio, de 45 anos. Embora separadas fisicamente havia um ano, as duas buscavam reaproximação por meio de terapia de casal. O relacionamento conturbado e a intenção da professora de se mudar para a Alemanha, onde receberia uma proposta de trabalho, são apontados como elementos que podem ter motivado o crime.
De acordo com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Fazio é considerada a mandante do assassinato. Ela foi presa preventivamente na sexta-feira (9) e teve a detenção mantida pela Justiça no dia seguinte. Desde então, optou por permanecer em silêncio, comunicando que só prestará esclarecimentos em juízo. Em depoimentos anteriores, ela negou qualquer envolvimento na morte da ex-companheira.
As investigações indicam que Fernanda Bonin foi atraída para uma emboscada sob o pretexto de prestar socorro mecânico ao carro de Fazio. Um laudo técnico, porém, desmentiu a existência de qualquer defeito no veículo. Câmeras de segurança registraram Bonin saindo de seu prédio por volta das 18h50 do dia 27 de abril, a bordo de seu Hyundai Tucson. Foi a última vez que ela foi vista com vida.
O depoimento de João Paulo Bourquin, um dos presos pelo crime, levou a polícia a reclassificar Fazio de averiguada para principal suspeita. Bourquin foi flagrado por câmeras abandonando o carro da professora e declarou à polícia que agiu a mando de Fazio, com a missão de “desaparecer” com o veículo. Ele alegou não ter participado da execução, mas a delegada Ivalda Aleixo afirmou que há indícios de que ele também esteve presente na cena do crime. Um detalhe chamou a atenção dos investigadores: em sua casa, foram encontrados vários cadarços — objeto semelhante ao utilizado para estrangular a vítima.
Outro suspeito, Rosemberg Joaquim de Santana, foi preso no domingo (11). Apontado como um “faz tudo” de Fazio, ele teria articulado a execução e recrutado os demais envolvidos. A polícia afirma que Rosemberg estava no local do crime e teve participação direta na morte da professora.
Ivo Rezende dos Santos, considerado foragido, também é suspeito de envolvimento direto na execução. Contra ele, já há um mandado de prisão preventiva em aberto.
Uma mulher, ainda não identificada, foi flagrada pelas câmeras saindo do carro de Bonin ao lado de João Paulo Bourquin. A polícia pretende solicitar sua prisão. Bourquin afirmou que ela seria apenas uma amiga que o acompanhava naquele momento.
Todos os homens investigados já possuem passagens anteriores pela polícia, incluindo por homicídio e tráfico de drogas. As autoridades seguem reunindo provas para esclarecer completamente a dinâmica do crime, identificar a motivação exata e capturar os suspeitos que permanecem em liberdade.
As investigações continuam sob responsabilidade do DHPP. O caso reacende o debate sobre a violência de gênero, especialmente no contexto de relações afetivas marcadas por controle, ciúme e disputa patrimonial.
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