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      Explosão da letalidade policial e ambições eleitorais apressam saída de Derrite da Segurança Pública em SP

      Substituição será tratada como estratégia para Senado, mas divergências e desgaste pesaram na decisão do governador paulista

      Tarcísio de Freitas e Guilherme Derrite, governador e Secretário de Segurança Pública de São Paulo (Foto: Reprodução/Facebook)
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      247 - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), já negocia a saída antecipada do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), até o final de 2025. A informação é da Folha de S.Paulo e indica que, embora o prazo legal para desincompatibilização de secretários que disputarão as eleições de 2026 seja abril daquele ano, a decisão tem motivações políticas e operacionais. Pré-candidato ao Senado, Derrite retornará ao mandato de deputado federal.

      A relação entre Tarcísio e Derrite se desgastou ao longo da gestão, marcada por crises envolvendo a atuação da Polícia Militar e a alta letalidade policial em operações como Escudo e Verão. Embora o governo argumente que houve quedas históricas nos índices de homicídios e roubos, o aumento de estupros e de mortes causadas por PMs em serviço pesaram negativamente no balanço da segurança. “Nosso discurso tem peso. E se a gente erra no discurso, a gente dá o direcionamento errado”, disse Tarcísio em dezembro de 2024, ao reconhecer erros da gestão e mudar sua posição contrária ao uso de câmeras corporais nos uniformes da PM.

      Internamente, pesa ainda o desconforto de Tarcísio com a postura midiática e radical de Derrite, especialmente nas redes sociais, em contraste com a imagem mais técnica que o governador tenta adotar. A gota d’água na relação foi um episódio ocorrido em novembro de 2024, quando Derrite desmarcou uma viagem aos Estados Unidos a pedido do governador após o assassinato de um delator do PCC — mas foi visto horas depois em uma festa em Maresias, enquanto o caso mobilizava a segurança nacional.

      Para seu lugar, o nome mais cotado é o do atual secretário da Administração Penitenciária, Marcello Streifinger, coronel reformado da PM e doutor em ciências policiais. Visto como um perfil técnico e sem aspirações eleitorais, Streifinger já havia sido cogitado para o cargo no início da gestão, mas acabou preterido diante da pressão de aliados bolsonaristas.

      Apesar do racha, Tarcísio seguirá exaltando Derrite publicamente. A antecipação da saída será apresentada como uma estratégia para que o secretário se dedique plenamente à pré-campanha ao Senado. “Esse grupo vai ser forte, esse grupo tem um projeto para o Brasil”, declarou o governador no ato de filiação de Derrite ao PP, em maio deste ano.

      Além do secretário de Segurança, Tarcísio poderá ver outros cinco auxiliares deixarem o governo até 2026 para disputar as eleições: Arthur Lima (Casa Civil), Guilherme Piai Filizzola (Agricultura), Valéria Bolsonaro (Mulher), Coronel Helena Reis (Esportes) e Roberto de Lucena (Turismo). A reorganização deverá impactar não apenas a gestão, mas também as articulações eleitorais da coligação de centro-direita que se formará em oposição à base do presidente Lula.

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