Empresário encontrado morto em buraco no autódromo de Interlagos foi asfixiado, aponta laudo
Exames do IML confirmam morte violenta de Adalberto Júnior
247 - A morte do empresário Adalberto Amarilio Júnior, de 35 anos, encontrado sem vida dentro de um buraco de obra no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, foi causada por asfixia, segundo laudo necroscópico. A informação foi divulgada nesta terça-feira (17) pelo G1.
Adalberto desapareceu em 30 de maio, após participar de um evento de motociclismo no autódromo. Seu corpo foi localizado três dias depois por um funcionário da obra, em um buraco de aproximadamente três metros de profundidade por 70 centímetros de diâmetro. Desde então, o caso vem sendo investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a causa da morte foi asfixia por compressão torácica, e não foram encontrados traços de álcool, drogas ou lesões traumáticas no corpo. Também não houve sinais de violência sexual. No entanto, escoriações no pescoço sugerem que o empresário pode ter sido esganado.
A descoberta contradiz o depoimento de Rafael Aliste, amigo de Adalberto, que afirmou à polícia que os dois haviam consumido cerveja e maconha durante o evento. Rafael foi a última pessoa a ter contato com o empresário antes do desaparecimento, mas não é considerado suspeito — ele é tratado como testemunha e tem colaborado com as investigações.
A polícia trabalha com a hipótese de que Adalberto tenha sido colocado no buraco por outra pessoa, após ter sido agredido. Ele foi encontrado sem calça e sem tênis, e sua esposa, Fernanda, de 34 anos, acredita que ele foi vítima de um crime. "Posso dizer que, com certeza, ele foi uma vítima de um crime. Ele jamais tiraria as calças e o sapato e entraria num buraco. Isso não tem sentido nenhum. Meu marido estava indo para o carro para vir embora. Alguém pegou ele nesse trajeto", declarou ela.
Investigações indicam que o empresário teria tentado atravessar uma área restrita do autódromo, o que pode ter causado um confronto com algum segurança. Uma das possibilidades levantadas pela delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, é que ele tenha sido imobilizado com o peso do joelho ou do corpo do agressor, levando à compressão dos pulmões. "Em seguida, ele teria sido jogado no buraco", explicou a delegada.
O carro de Adalberto foi encontrado estacionado em uma área proibida do kartódromo anexo ao autódromo, e há sangue no interior do veículo. A polícia aguarda o resultado do laudo de DNA para determinar se o sangue está relacionado ao crime ou se já estava no veículo anteriormente.
Imagens de câmeras de segurança mostram Adalberto caminhando sozinho no estacionamento antes do desaparecimento. Com base nesses registros e nos depoimentos colhidos, peritos do Instituto de Criminalística estão produzindo um croqui 3D do trajeto percorrido pela vítima, que servirá como base para uma possível reconstituição do crime.
Na noite do desaparecimento, 188 profissionais atuavam no local — entre funcionários do autódromo, do kartódromo e seguranças contratados exclusivamente para o evento. A polícia já ouviu sete deles e pretende escutar pelo menos metade desse total para avançar nas investigações.
O caso, inicialmente tratado como "morte suspeita a esclarecer", poderá ser reclassificado como homicídio, embora a Secretaria da Segurança Pública ainda não tenha se manifestado oficialmente sobre a mudança na linha de apuração. A expectativa é que novos laudos, especialmente o do local onde o corpo foi encontrado, ajudem a esclarecer como e por que Adalberto foi morto.
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