Correia: ‘a fala de Hugo Motta nos preocupa. o Congresso não deve passar o pano em neofascistas’ (vídeo)
O parlamentar fez o comentário após o presidente da Câmara afirmar que não interpretou as mobilizações terroristas como uma tentativa de golpe
247 - O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) fez um alerta nesta segunda-feira (10) sobre a necessidade de articulações no Congresso para impedir a aprovação de um projeto que anistia as pessoas envolvidas nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O parlamentar fez o comentário após o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmar que não interpretou as mobilizações bolsonaristas como uma tentativa de golpe.
“Tentaram acabar com o direito de voto”, alertou Correia. “A fala de Hugo Motta nos preocupa. Passar pano para neofascistas é muito perigoso. Veja o que Trump está fazendo, vai ficando cada vez mais autoritário. Você combate ou não combate”, afirmou o parlamentar na rede social X.
O 1º vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), comprometeu-se a não pautar o projeto enquanto estiver no comando da Casa, durante as ausências de Motta em viagens ao exterior ou eventuais licenças.
Na semana passada, Hugo Motta afirmou que as mobilizações terroristas de 8 de janeiro de 2023 “foram uma agressão às instituições”, mas relativizou a tentativa de ruptura institucional.
“Querer dizer que foi um golpe... Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, apoio de outras instituições, como as Forças Armadas. Não teve. Ali foram vândalos, baderneiros inconformados com o resultado da eleição, demonstrando revolta. O Brasil foi muito feliz na resposta”, declarou em entrevista à Arapuan FM, de João Pessoa (PB).
Nos atos golpistas, apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) invadiram as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. O STF já emitiu mais de 370 condenações, e novos julgamentos ainda ocorrerão. As punições variam de 3 a 17 anos de prisão.
A maioria dos réus foi condenada por cinco crimes: golpe de Estado, associação criminosa, violação do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Além da repercussão negativa das manifestações terroristas, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro no inquérito do plano golpista. Investigadores apontaram que a trama envolvia o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes.
A PF também indiciou o ex-presidente em outras duas investigações: fraudes em cartões de vacinação e venda ilegal de joias que, por lei, pertencem ao Estado brasileiro e não podem ser incorporadas ao patrimônio pessoal.
Atualmente, a Procuradoria-Geral da República analisa as informações recebidas pela PF e deve se manifestar ainda em 2025. Se o órgão, chefiado pelo procurador Paulo Gonet, optar pela denúncia, enviará o caso ao STF.
Em outra derrota judicial para Bolsonaro, desta vez em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral o tornou inelegível por declarações golpistas em 2022, quando ele afirmou a embaixadores, em Brasília (DF), que o sistema eleitoral brasileiro não tem segurança contra fraudes.
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