BNDES e parceiros apresentam em Natal diretrizes da maior chamada de crédito industrial para o Nordeste

247 - Representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de instituições parceiras estiveram nesta segunda-feira (18) em Natal (RN) para apresentar as diretrizes da chamada pública de projetos para o Nordeste no âmbito da Nova Indústria Brasil (NIB). A iniciativa, considerada a maior já realizada para a região, disponibiliza R$ 10 bilhões em crédito para financiar projetos de inovação, reindustrialização e desenvolvimento sustentável. 

O evento aconteceu no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern) e reuniu empresários, investidores, representantes de governos e dirigentes das principais instituições financeiras do país. O encontro marcou mais um passo da estratégia do BNDES e dos parceiros de aproximar empresas e cooperativas dos instrumentos de crédito voltados ao fortalecimento da indústria regional.

Entre as áreas prioritárias estão energias renováveis com foco em armazenamento, bioeconomia aplicada a fármacos, hidrogênio verde, data centers sustentáveis, setor automotivo e maquinário agrícola. A expectativa das instituições é transformar boas ideias em projetos estruturantes capazes de impulsionar a economia do Nordeste.

O gerente de Relacionamento Nordeste do BNDES, Rodrigo Aguiar, destacou a oferta de recursos como diferencial da chamada. “Estamos aqui para mostrar ao setor produtivo as oportunidades de investimentos e os diferentes instrumentos financeiros disponíveis. A região tem um potencial enorme de projetos que podem ser atendidos”, afirmou.

O presidente da Fiern, Roberto Serquiz, ressaltou os obstáculos enfrentados pelo setor privado na busca por crédito. Segundo ele, burocracia, custos elevados e lentidão na liberação dos recursos ainda são barreiras para a expansão da indústria. O vice-presidente da entidade, Ednaldo Barreto, acrescentou que a integração do Consórcio Nordeste com os bancos públicos federais representa “um novo ambiente de oportunidades” para os empresários potiguares.

Já o secretário de Desenvolvimento Regional do Consórcio Nordeste, Pedro Lima, afirmou que o impacto pode ser ainda maior do que o valor inicialmente previsto. “Esperamos que essa chamada mobilize mais de R$ 50 bilhões em projetos. Queremos acabar com a ideia de que no Nordeste não há propostas estruturantes. Na verdade, há muitas, e o Rio Grande do Norte é exemplo disso. Nosso objetivo é dar visibilidade a essas iniciativas e apoiar sua execução”, disse.

A gerente substituta Regional da Finep no Nordeste, Rafaelly Fortunato, lembrou que a chamada amplia a atração de capital internacional. “Ela está aberta tanto para empresas nacionais quanto para estrangeiras que queiram se nacionalizar, desde que realizem investimentos na nossa região. Foi uma soma de esforços das instituições que vai trazer novos resultados para a indústria”, explicou.

Também participaram dirigentes da Caixa e do Banco do Nordeste (BNB). O superintendente regional da Caixa, Tiago Pereira, afirmou que o encontro foi um marco de união entre setor produtivo e instituições financeiras. Já o diretor de Planejamento do BNB, Aldemir Freire, destacou as vantagens competitivas do Rio Grande do Norte. “Hoje, o Rio Grande do Norte tem a melhor legislação de incentivos da região. Isso atraiu indústrias e fez com que algumas até centralizassem suas operações aqui. Estimamos que a demanda por projetos seja de quatro a cinco vezes maior que o valor inicial da chamada, podendo chegar a R$ 10 bilhões apenas no Rio Grande do Norte”, afirmou.

A chamada integra a Nova Indústria Brasil, política lançada pelo governo federal para modernizar o setor industrial, estimular a inovação e fortalecer cadeias produtivas estratégicas. Pela primeira vez, BNDES, Banco do Brasil, Caixa, BNB e Finep atuam em uma ação conjunta no Nordeste, com apoio da Sudene e do Consórcio Nordeste.

Empresas e cooperativas interessadas podem inscrever seus projetos gratuitamente até 15 de setembro de 2025, às 18h. O processo de avaliação será concluído em 28 de novembro e, a partir de janeiro de 2026, os selecionados poderão iniciar a contratação dos recursos e a execução dos investimentos.