Fatos históricos que confirmam a grandeza do clássico Atlético-MG e Cruzeiro
Leia o texto e descubra como o clássico mineiro surgiu, quais jogadores escolheram mudar de lado, e ainda relembre a história dos Ronaldos.
Atlético-MG e Cruzeiro, ou Galo e Cabuloso. Em dias de jogos, o clássico mineiro divide Belo Horizonte em duas cores: você é azul ou preto e branco?
Os rivais já decidiram a Copa do Brasil e em torno de 30 estaduais ao longo da história. Esse confronto entre alvinegros e cruzeirenses reserva alguns fatos históricos, confira:
Onde tudo começou
Aqui, você vai entender como surgiu a rivalidade histórica entre Galo e Cruzeiro. Do lado celeste, há Dirceu Lopes, Tostão, Alex, Dida e Fábio. Já o Alvinegro tem Reinaldo, Dadá Maravilha, Guilherme, Victor e Diego Tardelli. História riquíssima de ídolos.
Vale destacar que, em Minas Gerais, o clássico que fazia mais sucesso na primeira metade do século XX não era Atlético x Cruzeiro, e sim Atlético x América. Separamos três episódios marcantes que explicam bem o crescimento da rivalidade entre o Galo e a Raposa:
A inauguração do Estádio Independência, em 1950, fez com que os jogos entre alvinegros e cruzeirenses ganhassem mais relevância. O primeiro clássico no local terminou com vitória para o Atlético-MG, 1 a 0, com gol de Ubaldo.
O título mineiro de 1956 foi o estopim para a rivalidade ser o que é hoje. Os rivais brigaram na justiça e, no final das contas, os dois clubes foram proclamados campeões estaduais.
Por fim, o último marco da rivalidade é a inauguração do Mineirão, em 1965. A primeira partida entre Galo e Cruzeiro no estádio terminou em uma briga descomunal. O time celeste já estava ganhando por 1 a 0, com gol de Tostão, e um pênalti foi marcado. Era a chance dos cruzeirenses matarem o jogo, só os jogadores do Atlético se juntaram e agrediram o árbitro. Todos os alvinegros foram expulsos e o jogo foi finalizado.
Os que viraram casaca
Em todo clássico brasileiro existem aqueles casos famosos em que jogadores “viram casaca”. O termo é usado para definir os jogadores que trocam o time que estava pelo rival local. Em Atlético Mineiro x Cruzeiro, os casos que mais chamam a atenção são: Leonardo Silva e Hélio.

O zagueiro Leonardo Silva vestiu a camisa do Cruzeiro por duas temporadas, 2009 e 2010. Optou por defender o Galo a partir de 2011 e se tornou um dos maiores ídolos da história do clube alvinegro. Não é exagero dizer que é o segundo jogador mais festejado pela torcida no século XXI, atrás apenas do goleiro Victor.
Foi campeão da Libertadores com a camisa do Galo, sendo o herói do título ao marcar o gol que levou a final para os pênaltis. Ainda conquistou a Copa do Brasil, Recopa Sul-Americana e quatro estaduais. Foi capitão do time na maioria dos títulos.

A história do goleiro Hélio Dias é curiosa. Em 1970, quando ele defendia o Atlético Mineiro, se envolveu em uma polêmica que custou sua saída.
Uma partida parecia estar nas mãos do Galo e se transformou em um empate amargo. O Alvinegro estava na frente, 2 a 0, gols de Lacy e Lola. Até que, o Cruzeiro chegou ao empate com Dirceu Lopes e Darcy Menezes. Em um dos gols, a câmera flagrou Hélio, goleiro do Galo, ‘sorrindo’. Por consequência, o profissional foi demitido.
O destino de Hélio? O Cruzeiro, maior rival. Em 1976, o arqueiro foi campeão da Libertadores, sendo reserva de Raul Plassmann.
Os Ronaldos
Ronaldo Fenômeno no Cruzeiro em 1993 e 1994. Ronaldinho Gaúcho no Atlético Mineiro em 2012 e 2013. Qual passagem foi mais marcante? O fato é que o clássico Galo e Raposa tem essa curiosidade incrível: O Fenômeno e o Bruxo, dois craques mundiais, tiveram atuações de gala pelos clubes mineiros.
O futebol de Ronaldo e Ronaldinho foi mundialmente aclamado. Juntos, eles têm três bolas de ouro, não é pouca coisa. Os ídolos de Cruzeiro e Atlético tem muita história para contar.
Usando uma linha do tempo, é pertinente falar primeiro sobre o surgimento do Fenômeno na Raposa. O camisa 9 explodiu no futebol brasileiro em 1994. O povo ficou encantado quando ele ofuscou Toninho Cerezo, que era grande atração do Cruzeiro naquele ano.
Em um clássico contra o Atlético Mineiro, diante de quase 70 mil torcedores nas arquibancadas, Ronaldo não teve piedade e marcou três gols. Além de goleador, ele ainda era ousado nos dribles. O zagueiro Fernando Kanapkis, inclusive, foi vítima do Fenômeno e levou um drible marcante.
Foram 56 gols em 58 jogos pelo Cruzeiro, que não conseguiu manter o atacante por muito tempo. Aos 17 anos, Ronaldo foi vendido para o PSV e quis o destino que ele conquistasse duas Copas do Mundo vestindo a camisa da Seleção Brasileira.

Sobre Ronaldinho, ele não foi revelado pelo Atlético, mas criou uma identificação muito forte com a torcida atleticana. Ele chegou em Belo Horizonte já extremamente vitorioso: 1 bola de ouro e 1 Copa do Mundo. Além de muitos títulos conquistados na Europa.
Com a camisa do Galo, o R10 foi importantíssimo para o título da primeira Libertadores do clube. Muito por causa disso, ele é considerado ídolo por unanimidade. O Bruxo, como de costume, fez várias jogadas de efeito e deixou a torcida em delírio. Também teve grande participação em títulos como Recopa Sul-Americana e o Campeonato Mineiro 2013.
O gênio Ronaldinho Gaúcho honrou o manto atleticano e arrancou gritos de comemoração da torcida. Seu futebol contagiou o Brasil.