Petrobras conquista dois blocos do pré-sal na Bacia de Campos
Estatais e estrangeiras garantem cinco dos sete blocos ofertados em leilão da ANP, que arrecadou R$ 103,7 milhões em bônus
247 - A Petrobras garantiu dois dos sete blocos oferecidos nesta quarta-feira (22) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na nova rodada de leilões sob o regime de partilha de produção. A informação foi divulgada pelo portal Brazil Stock Guide.
A estatal brasileira assegurou 100% de participação no bloco Citrino e obteve também a área de Jaspe, na qual atuará como operadora com 60% de participação, em parceria com a norueguesa Equinor, que detém os 40% restantes. No total, cinco dos sete blocos disponíveis foram arrematados, movimentando R$ 103,7 milhões em bônus de assinatura e prevendo investimentos mínimos de R$ 451,5 milhões em exploração.
Expansão no pré-sal e fortalecimento da Petrobras
O resultado reforça o protagonismo da Petrobras nas operações em águas profundas e ultraprofundas, especialmente nas bacias de Santos e Campos, que seguem como os principais polos de expansão da produção nacional. A entrada da Equinor reafirma a parceria estratégica entre o Brasil e a Noruega no setor de energia, consolidada em projetos conjuntos nas últimas décadas.
O leilão integra o 3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção (OPP), modelo que permite a disponibilidade contínua de áreas exploratórias para licitação. Diferentemente do regime de concessão, em que as empresas pagam royalties sobre o volume extraído, a partilha prevê que parte da produção seja destinada diretamente à União.
Blocos sem ofertas e próximos passos
Nem todos os blocos despertaram o mesmo interesse do mercado. As áreas de Ônix e Larimar não receberam propostas, reflexo de uma postura mais cautelosa das empresas diante de projetos considerados mais complexos e de maior custo exploratório.
De acordo com a ANP, os contratos referentes aos blocos arrematados devem ser assinados até o fim de 2025. A partir de 2026, estão previstas as primeiras campanhas sísmicas e perfurações exploratórias, que podem reverter a tendência de queda na produção da Bacia de Campos — região que perdeu protagonismo frente ao pré-sal da Bacia de Santos.
Potencial de retomada da produção nacional
Com a expansão das atividades no pré-sal, o governo brasileiro busca manter o país entre os maiores produtores de petróleo do mundo, equilibrando a exploração de novos campos com a transição energética em curso. Caso os novos blocos confirmem reservas significativas, a Petrobras poderá consolidar ainda mais sua liderança em águas profundas e reforçar a contribuição do setor para a economia nacional.


