Vice-premiê da China destaca laços estratégicos com a Rússia
Durante encontro no Fórum Econômico Internacional, Ding Xuexiang reforça o papel das lideranças de Xi Jinping e Vladimir Putin na consolidação da parceria
247 - Em uma demonstração de fortalecimento da parceria sinorrussa, o vice-primeiro-ministro da China, Ding Xuexiang, reuniu-se na sexta-feira (20) com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em São Petersburgo. Segundo o jornal Global Times, a visita ocorreu à margem do 28º Fórum Econômico Internacional, e teve como foco o aprofundamento das relações estratégicas entre os dois países sob a liderança de Xi Jinping e Putin.
Ding, que também é membro do Comitê Permanente do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, afirmou que “a orientação estratégica do Presidente Xi Jinping e do Presidente Vladimir Putin é a garantia mais forte para o aprofundamento da cooperação China-Rússia e a manutenção da amizade de longa data entre os dois países”. A declaração foi feita durante o encontro oficial e reflete o esforço de ambos os governos em reforçar sua parceria diante das mudanças no cenário global.
De acordo com comunicado do Ministério das Relações Exteriores da China, Ding transmitiu a Putin os cumprimentos calorosos e os votos de sucesso enviados por Xi Jinping. O representante chinês relembrou a recente visita de Xi à Rússia, durante as comemorações do 80º aniversário da vitória soviética na Grande Guerra Patriótica, ressaltando que os dois líderes “se envolveram em uma comunicação estratégica aprofundada, estabelecendo novos planos de alto nível para a próxima fase das relações China-Rússia”.
Ao detalhar os objetivos dessa aliança, Ding Xuexiang destacou que a colaboração entre os dois países se dá em diversas frentes: política, energética, comercial e em infraestrutura. “A China está disposta a trabalhar com a Rússia para fortalecer continuamente a confiança política mútua, estreitar laços de interesses compartilhados, expandir o comércio e o investimento, aprofundar a cooperação prática no setor energético, avançar na construção de projetos relevantes e apoiar o desenvolvimento e a revitalização mútuos”, afirmou.
O dirigente chinês também enfatizou a importância da parceria em um contexto de “profundas mudanças” no cenário internacional. Segundo Ding, é fundamental manter uma “coordenação estratégica forte e abrangente” para a defesa da justiça internacional, do sistema multilateral de comércio centrado na OMC e da estabilidade das cadeias globais de suprimentos. Ele também defendeu o fortalecimento da cooperação multilateral por meio de fóruns como o BRICS e a Organização de Cooperação de Xangai (OCX), na qual China e Rússia desempenham papel central. “Juntos, os dois países podem fazer novas e maiores contribuições para a promoção de um mundo multipolar mais igualitário e ordenado e de uma globalização econômica universalmente benéfica e inclusiva”, acrescentou Ding.
Em resposta, o presidente Putin agradeceu os cumprimentos enviados por Xi Jinping e saudou a presença de Ding no Fórum Econômico Internacional. Ele reforçou que, apesar das pressões e desafios externos, as relações com a China “se desenvolveram de forma abrangente e atingiram um nível sem precedentes”. Putin manifestou “a disposição da Rússia em fortalecer ainda mais a cooperação prática com a China e, em conjunto, criar um futuro melhor para ambos os países e para o mundo”.
Putin também confirmou sua intenção de visitar a China em breve, quando participará da Cúpula da Organização de Cooperação de Xangai, em Tianjin, e dos eventos comemorativos do 80º aniversário da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e da Guerra Mundial Antifascista.
A reunião reforça a crescente aproximação entre Pequim e Moscou em tempos de confrontos geopolíticos com o Ocidente, especialmente diante das sanções contra a Rússia e da intensificação da rivalidade entre Estados Unidos e China. Sob a liderança de Xi e Putin, os dois países vêm aprofundando sua parceria estratégica com foco em um novo modelo de governança internacional, baseado no multilateralismo, no respeito à soberania e na rejeição à hegemonia unipolar.
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