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Trump oficializa venda do TikTok nos EUA por US$14 bilhões e inclui investidores de peso

Decreto do presidente dos EUA avança em negociação para atender lei de segurança nacional de 2024 e envolve nomes como Michael Dell e Rupert Murdoch

A bandeira dos EUA e o logotipo do TikTok são vistos nesta ilustração tirada em 8 de janeiro de 2025 (Foto: REUTERS/Dado Ruvic)

247 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (26) um decreto oficializando o plano de venda das operações do TikTok nos EUA para investidores norte-americanos e internacionais, em acordo avaliado em US$14 bilhões. A informação foi divulgada pela Reuters.

A medida atende às exigências da lei de 2024, que determinava a proibição do aplicativo caso seus ativos não fossem vendidos até janeiro de 2025. O prazo havia sido estendido para 16 de dezembro, dando tempo às negociações que envolvem separar as operações do TikTok nos EUA da estrutura global da ByteDance e garantir aprovação do governo chinês.

JD Vance: "Garantir proteção da privacidade dos americanos"

O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, destacou que o objetivo do acordo é manter a rede social em operação sem comprometer a segurança nacional.

 “Houve alguma resistência por parte dos chineses, mas o que queríamos fazer era manter o TikTok operando, mas também garantir a proteção da privacidade dos dados dos americanos, conforme exigido por lei”, afirmou a jornalistas no Salão Oval.

Trump também revelou que discutiu diretamente o tema com o presidente da China, Xi Jinping.

 “Falei com o presidente Xi. Tivemos uma boa conversa, eu lhe contei o que estávamos fazendo e ele disse para irmos em frente”, relatou.

Estrutura do acordo e participação de investidores

Segundo fontes ouvidas pela Reuters, um grupo de três investidores — incluindo a Oracle e a gestora de private equity Silver Lake — assumirá cerca de 50% da TikTok US. Outros 30% ficarão com atuais acionistas da ByteDance, entre eles o Susquehanna International Group, a General Atlantic e a KKR.

A nova empresa será controlada majoritariamente por norte-americanos. A ByteDance terá menos de 20% das ações e apenas um assento entre os sete do conselho, enquanto os demais serão ocupados por representantes dos EUA.

Trump destacou que empresários de peso participarão do negócio:

 “Isso vai ser operado por americanos o tempo todo. Michael Dell, Rupert Murdoch e provavelmente quatro ou cinco investidores de classe mundial farão parte do acordo”, disse.

Impacto político e econômico

O TikTok, que tem 170 milhões de usuários nos Estados Unidos e 15 milhões de seguidores apenas na conta pessoal de Trump, foi elogiado pelo presidente como um fator que contribuiu para sua vitória na reeleição. A Casa Branca inclusive lançou uma conta oficial na plataforma no mês passado.

Apesar do avanço, analistas destacam que a avaliação de US$14 bilhões ficou abaixo das projeções iniciais, que estimavam o valor entre US$30 bilhões e US$40 bilhões sem o algoritmo de recomendação — principal ativo da rede social.

Parlamentares republicanos exigem mais transparência no acordo para garantir que o controle chinês seja efetivamente eliminado. Em nota conjunta, os congressistas Brett Guthrie, Gus Bilirakis e Richard Hudson afirmaram:

 “À medida que os detalhes são finalizados, devemos garantir que esse acordo proteja os usuários americanos da influência e vigilância de grupos alinhados ao PCC.”

A embaixada da China em Washington e a própria TikTok ainda não comentaram oficialmente o decreto.

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