Trump assinará decreto sobre tarifas automotivas em meio a guerra comercial global

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinará nesta terça-feira (29) um decreto que trata de tarifas sobre o setor automotivo, informou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, durante coletiva de imprensa. A informação foi divulgada pela agência Reuters.

A assinatura do novo decreto ocorre justamente no centésimo dia do impasse comercial que se instaurou desde que Trump tomou posse para seu segundo mandato, em 20 de janeiro de 2025. Desde então, o governo norte-americano intensificou uma guerra tarifária com países aliados e adversários, numa estratégia agressiva que vem reconfigurando as relações econômicas globais. Além das tarifas, Trump também promoveu o corte de recursos destinados à ajuda externa dos Estados Unidos, alegando a necessidade de priorizar os interesses internos.

Embora ainda não tenham sido divulgados os detalhes do decreto, espera-se que ele inclua medidas de aumento das tarifas sobre veículos importados, com foco em mercados que, segundo Trump, "praticam concorrência desleal" com as montadoras americanas. A expectativa é que o anúncio gere reações imediatas de parceiros comerciais como União Europeia, Japão e Coreia do Sul, que já manifestaram preocupação com o rumo protecionista da política econômica dos EUA.

Desde o início do ano, o governo Trump tem adotado uma postura nacionalista agressiva, com o objetivo declarado de fortalecer a indústria americana. "Estamos colocando os Estados Unidos em primeiro lugar de novo", tem repetido o presidente em discursos e postagens nas redes sociais.

O decreto sobre tarifas automotivas é mais um capítulo em uma escalada de tensões comerciais que, segundo especialistas, pode desencadear retaliações e comprometer cadeias globais de produção. Analistas afirmam que o setor automotivo, fortemente integrado internacionalmente, é particularmente sensível a esse tipo de medida.

O conteúdo completo do decreto deve ser divulgado ainda nesta terça-feira, após a assinatura oficial. Líderes de setores industriais e representantes de governos estrangeiros aguardam o anúncio com cautela, diante da imprevisibilidade que tem marcado as decisões econômicas da Casa Branca sob a liderança de Trump.