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Relação Brasil-China vive “melhor momento” em 51 anos, diz embaixador

Empresas brasileiras participam de feira internacional em Xangai e buscam a diversificação da pauta exportadora no mercado chinês

Bandeiras do Brasil e da China (Foto: Reuters/Tingshu Wan)

Por Bianca Penteado, de Xangai — Na abertura do pavilhão da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) na 8ª edição da China International Import Expo (CIIE), em Xangai, nesta quinta-feira (6), o Brasil comemorou o fortalecimento das relações comerciais com a China e a crescente aproximação entre os dois países. 

Em discurso, o embaixador do Brasil na China, Marcos Galvão, enfatizou o caráter estratégico da parceria bilateral e projetou um cenário de continuidade. “Como os nossos presidentes disseram, nossas relações vivem o seu melhor momento, os 51 anos de história que já percorremos juntos. E nós esperamos que não pare por aí, que esse melhor momento não seja um patamar de parada, e sim um patamar de continuidade”, afirmou. “Cada vez mais o Brasil está descobrindo a China.”

A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. De acordo com a balança comercial divulgada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), de janeiro a junho deste ano o país asiático teve uma participação de 28,75% nas exportações brasileiras, o equivalente a US$ 47,68 bilhões.

Entre os produtos brasileiros mais importados pela China em 2024 estão a soja, com US$ 31 bilhões; o petróleo, com US$ 20 bilhões; e o minério de ferro, também com US$ 20 bilhões.

Na 8ª edição da CIIE, a ApexBrasil buscou promover a diversificação da pauta exportadora brasileira e impulsionar o acesso de empresas nacionais ao mercado chinês. “A gente promove todo o Brasil, todo o nosso agronegócio, que vai desde a carne, que tem bastante destaque, principalmente a bovina, mas também o café, os grãos, os sucos, enfim, todos os nossos produtos”, afirmou Laudemir Müller, gerente de Agronegócios da agência, ao Brasil 247.

O evento, realizado de 5 a 10 de novembro, reúne autoridades, empresários e representantes de diversos setores econômicos de 155 países. 

Participaram ainda da cerimônia o gerente-geral do Escritório Ásia-Pacífico da ApexBrasil, Victor Queiroz, e o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), Roberto Perosa. O encontro contou também com as comitivas dos estados de Minas Gerais e Mato Grosso, representadas pelo vice-governador mineiro Mateus Simões (PSD) e pelo secretário de Desenvolvimento Econômico mato-grossense, César Miranda.

Em entrevista ao Brasil 247, Simões salientou que a relação comercial entre Minas Gerais e a China é sólida e de benefícios mútuos. Até o primeiro semestre de 2025, as exportações do estado ao país somaram US$ 7,3 bilhões, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

“A gente pode olhar para a presença chinesa como uma ameaça ou entender que a China é um fato e não uma hipótese. E, como um fato, a melhor forma de lidar com ele é trazê-lo para mais perto, e é isso que Minas Gerais faz”, afirmou.

O vice-governador ressaltou ainda que a presença de companhias chinesas no estado tem impacto direto na economia local. “Essas empresas que estão em Minas são parceiras do governo estadual, geram emprego, pagam impostos, criam uma cadeia de fornecimento ao redor delas. E, ao mesmo tempo, vão nos habituando a lidar com a forma como os chineses fazem negócios para também estarmos presentes aqui na China”, completou.

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