Médico detalha últimos momentos do papa Francisco: “morreu sem sofrimento”

247 - O papa Francisco faleceu na manhã da última segunda-feira (21) após sofrer um derrame fulminante. Segundo o médico Sergio Alfieri, chefe da equipe médica que acompanhava o pontífice, o falecimento ocorreu de forma rápida e sem dor. As informações foram divulgadas em entrevistas aos jornais italianos Corriere della Sera e La Repubblica, e repercutidas pela agência Reuters nesta quinta-feira (24).

Alfieri, que é cirurgião do hospital Gemelli, em Roma, e acompanhou Francisco durante o tratamento contra uma pneumonia no início do ano, foi chamado ao Vaticano por volta das 5h30 da manhã. Ao chegar, cerca de 20 minutos depois, encontrou o papa já inconsciente. “Entrei em seu quarto e ele [Francisco] estava com os olhos abertos”, relatou o médico. “Confirmei que não havia problemas respiratórios. Tentei chamá-lo pelo nome, mas ele não me respondeu.”

“Naquele momento, eu soube que não havia mais nada a fazer. Ele estava em coma”, completou. Em outro trecho, ele reforça: “Ele morreu sem sofrimento e em casa.”

Francisco, que tinha 88 anos, havia retomado suas atividades no Vaticano após receber alta no dia 23 de março. Mesmo com a recomendação de dois meses de repouso absoluto, ele continuou a exercer suas funções como pontífice, com moderação, segundo Alfieri. “Ele [era] o papa. Voltar ao trabalho fazia parte do seu tratamento e ele nunca esteve exposto a perigos”, explicou.

No domingo anterior à sua morte, Francisco apareceu sorridente no papamóvel, na Praça de São Pedro, saudando fiéis durante as celebrações da Páscoa. Na ocasião, também se encontrou brevemente com o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance. Poucos dias antes, em 17 de abril, visitou uma prisão em Roma, como parte das celebrações da Quinta-feira Santa.

Sergio Alfieri contou que esteve com o papa pela última vez na tarde de sábado, véspera de sua morte. “Ele estava muito bem”, afirmou, revelando que levou uma torta de um sabor que sabia agradar o pontífice. Francisco, segundo ele, respondeu com entusiasmo: “Estou muito bem, comecei a trabalhar novamente e estou gostando.”

A morte repentina do papa Francisco surpreendeu fiéis e autoridades, mesmo após o delicado quadro de saúde enfrentado nos meses anteriores. “Sabíamos que ele queria voltar para casa e ser papa até o último momento. Ele não nos decepcionou”, concluiu Alfieri.