Líder do Ansar Allah anuncia ofensiva contínua no Mar Vermelho e alerta: “Decisão é firme e final”

247 - O líder do movimento iemenita Ansar Allah, Sayyed Abdul-Malik al-Houthi, afirmou que os ataques militares no Mar Vermelho, no Golfo de Áden e no Mar da Arábia vão continuar enquanto demonstração de apoio incondicional do Iêmen à causa palestina e à resistência na Faixa de Gaza. Segundo ele, trata-se de um “compromisso religioso e de princípios” com o povo palestino.

Em um discurso feito nesta semana, al-Houthi revelou que, nos últimos dias, as forças armadas iemenitas realizaram 45 ações militares, utilizando mísseis balísticos, armas hipersônicas, drones de combate e embarcações navais. As operações visam diretamente o que chamou de agressão israelense em Gaza e o apoio contínuo dos Estados Unidos e países ocidentais à ocupação.

Resistência aérea e bloqueio naval “irreversível”

O líder afirmou que a defesa aérea e os sistemas de mísseis do Iêmen conseguiram impedir que drones israelenses violassem o espaço aéreo do país. Segundo ele, os recentes bombardeios de Israel à província de Hodeidah foram executados de fora do espaço aéreo iemenita, evidenciando, em sua avaliação, o receio de um confronto direto com as defesas locais.

Sobre o bloqueio naval, Sayyed al-Houthi foi categórico ao dizer que se manterá inalterado. “Nossa decisão é firme e final”, declarou. Ele ressaltou que qualquer embarcação que cooperar com o regime israelense será alvo de uma resposta “plena e decisiva”, e reafirmou que o porto de Umm al-Rashrash — nome árabe do porto israelense de Eilat — permanecerá inacessível.

Homenagem à resistência de Gaza

O dirigente do Ansar Allah elogiou a atuação dos combatentes palestinos, destacando especialmente a emboscada em Beit Hanoun, que descreveu como “um ápice em inovação tática e desempenho em combate”. Ele acusou Israel de fracassar reiteradamente em alcançar seus objetivos militares em Gaza, mesmo com a adoção de novas estratégias de ataque e sucessivas incursões. “A resistência impõe perdas materiais, humanas e também abala os objetivos estratégicos e psicológicos da ocupação”, afirmou.

Segundo al-Houthi, o apoio do Iêmen à Palestina é inabalável, sustentado por valores religiosos, morais e humanitários. Ele descartou qualquer possibilidade de mudança de posição diante da ofensiva israelense ou da propaganda ocidental. “O povo iemenita está consciente, comprometido e disposto a fazer sacrifícios pela verdade e pela dignidade”, concluiu.

Alvo em Israel e afundamento de navios

Na madrugada de quinta-feira, o lançamento de um míssil a partir do Iêmen soou os alarmes antiaéreos em Tel Aviv e em Jerusalém ocupada, interrompendo temporariamente os voos no aeroporto Ben Gurion. O jornal israelense Yedioth Ahronoth relatou que milhões de pessoas correram para abrigos após a detecção da ameaça.

Em um novo capítulo do bloqueio marítimo, as Forças Armadas do Iêmen anunciaram o afundamento do navio ETERNITY C, que se dirigia ao porto de Umm al-Rashrash. Imagens divulgadas pela mídia oficial militar iemenita mostram o momento da operação e os contatos estabelecidos com a tripulação por meio do indicativo D5DC2. Os operadores navais teriam garantido a segurança da equipe, oferecendo apoio com botes de resgate e suporte de outro navio, o BARYON.

Esse é o segundo navio destruído pelas forças iemenitas em poucos dias. Antes, o Magic Seas foi atingido por dois drones navais, cinco mísseis e três drones aéreos, e acabou totalmente submerso após a ofensiva.

(Com informações do Al Mayadeen)