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Israel intensifica bombardeios no sul do Líbano e fere civis

Ataques aéreos israelenses deixaram um morto e oito feridos; governo libanês e Hezbollah acusam Tel Aviv de violar acordo de cessar-fogo firmado em 2024

Israel intensifica bombardeios no sul do Líbano e fere civis (Foto: REUTERS/Karamallah Daher)

247 - Aviões israelenses bombardearam na quinta-feira (6) várias cidades no sul do Líbano, em mais uma escalada da tensão na região. Segundo informações divulgadas pelo Centro de Operações de Emergência do Ministério da Saúde Pública libanês, os ataques deixaram uma pessoa morta e pelo menos oito feridas na cidade de Toura. As informações foram publicadas pela Telesur.

As autoridades do Líbano denunciaram os bombardeios como uma “violação flagrante e grave” do acordo de cessar-fogo negociado em novembro passado entre Israel e o movimento de resistência Hezbollah. O governo afirmou que o exército israelense continua a operar drones e abrir fogo na fronteira, atingindo também as localidades de Tair Debba, Ayta al-Jabal e Taybeh.

Horas antes dos ataques principais, aeronaves israelenses haviam atingido a área de Al-Sharafiyat, próxima de Al-Abbasiyah. Um drone também lançou uma granada de efeito moral na região de Ras al-Naqoura, ampliando o clima de insegurança no sul do país.

Em comunicado, o exército libanês declarou que as ofensivas israelenses tinham como objetivo “impedir a conclusão de seu destacamento na área, em conformidade com o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah”. A instituição afirmou ainda:

 “O inimigo israelense lançou um ataque em larga escala no sul, visando diversas áreas e cidades. Esses ataques, que condenamos, são uma continuação da estratégia destrutiva do inimigo, que visa minar a estabilidade do Líbano e impedir a conclusão do destacamento do exército, em conformidade com o acordo de cessar-fogo.”

Hezbollah denuncia violações do cessar-fogo

O movimento de resistência islâmica Hezbollah também condenou as ações de Israel, acusando-o de romper reiteradamente o pacto de cessação das hostilidades firmado há um ano. Em carta aberta divulgada na quinta-feira, o grupo reafirmou seu compromisso com a soberania libanesa e o direito à autodefesa.

Na mensagem, dirigida tanto às lideranças quanto à população do país, o Hezbollah afirmou buscar a “construção de uma posição nacional unificada contra a agressão israelense” e rejeitou as tentativas de “envolver o Líbano em negociações indiretas que servem apenas aos objetivos da entidade sionista e seus aliados”.

Segundo o documento, tanto o governo libanês quanto o Hezbollah têm respeitado o cessar-fogo, enquanto Israel mantém “violações por terra, mar e ar”. O texto acusa Tel Aviv de utilizar “chantagem política” para subjugar o Líbano e forçá-lo a concessões.

“Como parte fundamental do Líbano, reafirmamos nosso legítimo direito de resistir à ocupação e à agressão”, diz a carta.
“A autodefesa não se enquadra em ‘decisões de guerra ou paz’; é o exercício do nosso direito de resistir a um inimigo que impõe a guerra à nossa terra”, conclui o comunicado.