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Israel inaugura nova base militar nas Colinas de Golã

Instalação simula cenário urbano libanês e reforça tensões na região, segundo informações da Prensa Latina

Soldados israelenses se reúnem perto da linha de cessar-fogo entre a Síria e as Colinas de Golã ocupadas por Israel, 9 de dezembro de 2024 (Foto: REUTERS/Ammar Awad)

247 - Israel construiu uma nova base de treinamento militar nas Colinas de Golã, território sírio ocupado desde 1967. A instalação, batizada de “Instalação do Líbano” pelas forças israelenses, foi projetada para reproduzir um ambiente de guerra urbana semelhante ao encontrado em vilarejos libaneses devastados por conflitos.

De acordo com reportagem da agência Prensa Latina, a estrutura foi apresentada pelo exército israelense como “uma instalação de treinamento avançado que simula os desafios das manobras na frente norte”, em referência direta ao território libanês. A imprensa síria repercutiu o anúncio como parte de uma estratégia de preparação militar que mantém viva a tensão entre Israel, Líbano e Síria.

Estrutura da base militar

A nova instalação recria com detalhes o cenário de um vilarejo em ruínas. O complexo inclui edifícios de até quatro andares, áreas destruídas, túneis e casas em disposição densa, permitindo que as tropas treinem em condições semelhantes às enfrentadas em guerras urbanas. O espaço foi concebido para manobras conjuntas entre unidades de infantaria e veículos blindados, elevando o nível de simulação de combates em zonas povoadas.

Contexto do conflito com o Líbano

A inauguração da base ocorre menos de um ano após a guerra em larga escala entre Israel e o Líbano. Segundo dados oficiais libaneses, mais de 4.000 pessoas morreram e outras 17.000 ficaram feridas durante os confrontos. Apesar do cessar-fogo firmado em 27 de novembro de 2024, Israel violou o acordo em mais de 3.000 ocasiões, resultando em pelo menos 282 mortes adicionais e 604 feridos.Além disso, Israel mantém sob ocupação cinco colinas no sul do Líbano, conquistadas durante a última ofensiva militar, o que representa uma violação do direito internacional e do próprio acordo de cessar-fogo.

Ocupações contestadas e críticas internacionais

As Colinas de Golã, onde foi construída a nova base, são território sírio ocupado por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. O país também mantém sob seu controle áreas no sul do Líbano e na Palestina, sem reconhecer o direito dos palestinos à criação de um Estado independente com Jerusalém Oriental como capital — uma reivindicação respaldada por resoluções da ONU e pelas fronteiras estabelecidas em 1967.

Organismos internacionais e diversos fóruns multilaterais têm denunciado sistematicamente essas ocupações como violações do direito internacional humanitário e dos princípios da Carta das Nações Unidas. A construção da nova instalação militar nas Colinas de Golã reforça as críticas de que Israel estaria consolidando sua presença em territórios que a comunidade internacional reconhece como ocupados ilegalmente.

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