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Israel afirma que manterá zona-tampão em Gaza; acordo de cessar-fogo continua distante

Ministro da Defesa reafirma permanência das forças israelenses na Faixa de Gaza; Hamas rejeita desarmamento e denuncia tentativa de armadilha política

Israel continua genocídio em Gaza (Foto: Amir Cohen/Reuters)
José Reinaldo avatar
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247 - O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou nesta quarta-feira (16) que as forças armadas do país permanecerão nas chamadas “zonas de segurança” criadas dentro da Faixa de Gaza, mesmo que um acordo de cessar-fogo venha a ser alcançado. A informação foi publicada originalmente pela agência Reuters, em reportagem assinada por James Mackenzie e Nidal Al-Mughrabi.

Segundo Katz, a presença militar nessas áreas será mantida “como uma barreira entre o inimigo e as comunidades [israelenses], em qualquer situação temporária ou permanente em Gaza — como no Líbano e na Síria”. A declaração foi feita após reunião com comandantes militares e indica o endurecimento da posição israelense no conflito.

Desde a retomada da agressão militar e retirada do acordo de cessar-fogo em 18 de março, após dois meses de relativa trégua, Israel intensificou os ataques aéreos e terrestres, expandindo sua presença em Gaza. De acordo com o exército israelense, aproximadamente 30% do território de Gaza já se encontra sob seu controle. As operações se concentram principalmente no sul, com a ocupação da cidade de Rafah e a criação de corredores de controle que dividem a Faixa de Gaza em zonas isoladas.

A estratégia tem ampliado o sofrimento da população civil. Segundo dados da agência humanitária da ONU (OCHA), mais de 400 mil palestinos foram deslocados apenas no último mês. Já o número de mortos chega a pelo menos 1.630, com muitos corpos ainda sob escombros ou em áreas inacessíveis.

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) fez um alerta contundente: “Estamos testemunhando em tempo real a destruição e o deslocamento forçado de toda a população de Gaza”, afirmou Amande Bazerolle, coordenador de emergência da MSF no enclave. Em nota, a entidade disse que Gaza se tornou “uma vala comum”, diante da destruição generalizada e do bloqueio à ajuda humanitária.

Israel mantém a proibição à entrada de suprimentos, incluindo alimentos, medicamentos e combustível, desde o início de março. Embora o ministro da Defesa tenha anunciado que o país está preparando uma estrutura logística para distribuição de ajuda por meio de empresas civis em data futura, não há previsão de reabertura das passagens para o fluxo humanitário.

Katz também afirmou que Israel seguirá com o plano de deslocamento de palestinos para fora de Gaza. 

O cenário diplomático permanece travado. O Hamas, que governa Gaza desde 2007, rejeitou os apelos israelenses para se desarmar, considerando essa exigência inegociável. Em comunicado, o grupo afirmou: “Qualquer trégua sem garantias reais para interromper a guerra, alcançar a retirada total, suspender o bloqueio e iniciar a reconstrução será uma armadilha política”.

Apesar de notícias veiculadas na imprensa sobre possíveis avanços nas negociações intermediadas pelo Egito, autoridades israelenses informaram que não houve progresso efetivo. Um dos pontos centrais nas tratativas seria a troca de prisioneiros israelenses — atualmente 59 permanecem em poder do Hamas — por prisioneiros palestinos.

O governo israelense acredita que a intensificação da ofensiva forçará o Hamas a aceitar a troca. No entanto, cresce a pressão interna. Manifestações em Tel Aviv e Jerusalém vêm reunindo familiares dos reféns e ativistas exigindo que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu negocie imediatamente um cessar-fogo.

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