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EUA encerram financiamento de milhares de projetos humanitários ao redor do mundo: "pessoas vão morrer"

Cerca de 5,8 mil iniciativas, incluindo programas de saúde e nutrição, foram interrompidas, afetando milhões de pessoas

Prato vazio (Foto: Reprodução)
Otávio Rosso avatar
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247 - O governo dos Estados Unidos decidiu encerrar o financiamento de cerca de 5,8 mil projetos humanitários ao redor do mundo, incluindo programas de combate à fome e doenças, informa O Globo. Na última quarta-feira (26), o Departamento de Estados dos EUA enviou e-mails a campos de refugiados, clínicas de tuberculose, projetos de vacinação e outras organizações, comunicando a decisão.

O corte foi uma surpresa para muitos, uma vez que diversos desses projetos haviam sido identificados anteriormente como essenciais para a vida. Durante o governo Trump, a alegação era de que esses projetos estavam sendo revisados, mas agora ficou claro que qualquer esperança de continuidade da assistência americana foi interrompida.

Corte impacta programas essenciais - Entre os projetos afetados estão iniciativas vitais para a saúde global, como programas de tratamento do HIV, controle da malária e erradicação da pólio. O The New York Times confirmou o encerramento de várias iniciativas de grande escala:

  • Um subsídio de US$ 131 milhões para o programa de imunização contra a pólio do UNICEF, que apoiava a distribuição de vacinas para milhões de crianças.
  • Um contrato de US$ 90 milhões com a empresa Chemonics para fornecer mosquiteiros, testes e tratamentos contra a malária, que atendiam 53 milhões de pessoas.
  • Um projeto administrado pela FHI 360, que realizava trabalho comunitário para identificar e tratar crianças desnutridas no Iémen, um país devastado pela guerra civil, onde a desnutrição infantil atingiu níveis alarmantes.

Além disso, o Global Drug Facility, que fornecia medicamentos essenciais para o tratamento da tuberculose, também foi impactado. O projeto, que no ano passado tratou quase 3 milhões de pessoas, perdeu todos os seus recursos operacionais, afetando aqueles que dependem desses medicamentos para sobreviver.

Corte em programas de saúde e ajuda humanitária - Diversos projetos de assistência a mulheres e crianças também foram interrompidos. Um exemplo é o programa de tratamento do HIV administrado pela Elizabeth Glaser Pediatric AIDS Foundation, que atendia cerca de 350 mil pessoas no Lesoto, Tanzânia e Essuatíni, incluindo milhares de mulheres grávidas e crianças.

O corte afetou ainda a distribuição de medicamentos essenciais no Quênia, onde o governo dos EUA financiava a distribuição de 2,5 milhões de tratamentos mensais contra o HIV e 750 mil testes. Também foram cancelados os esforços de saúde materno-infantil em países como o Nepal, onde serviços pré e pós-natais atendiam milhões de mulheres e crianças.

Repercussão internacional - A decisão de interromper esses projetos gerou críticas de especialistas e organizações internacionais. Catherine Kyobutungi, diretora executiva do Centro Africano de Pesquisa em População e Saúde, afirmou: "As pessoas vão morrer". Ela alertou ainda que "nunca saberemos" o impacto completo, já que os programas responsáveis por contar as vítimas também foram suspensos.

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