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Em Barcelona, dezenas de milhares de manifestantes marcham contra guerra em Gaza (vídeo)

Espanhois lotam avenidas da cidade em protesto contra ofensiva israelense e pedem ação da União Europeia

Em Barcelona, dezenas de milhares de manifestantes marcham contra guerra em Gaza (vídeo) (Foto: Reprodução/X)

247 - Dezenas de milhares de pessoas ocuparam o Passeig de Gracia, em Barcelona, no sábado, em um protesto contra os dois anos de guerra de Israel em Gaza, segundo informações da Associated Press (AP). A manifestação na segunda maior cidade da Espanha ocorreu antes de atos previstos em Madri, Roma e Lisboa, mobilizando uma onda de solidariedade internacional à população palestina.

Os protestos em Barcelona e Madri foram convocados há semanas, enquanto manifestações na Itália e Portugal ganharam força após a interceptação de uma flotilha humanitária israelense. Mais de 450 ativistas foram retirados dos barcos, incluindo 40 espanhóis, entre eles um ex-prefeito da capital catalã.


A prefeitura de Barcelona estimou a presença de 70.000 pessoas, embora os organizadores do evento afirmem que cerca de 300.000 participaram. Famílias e pessoas de todas as idades carregavam bandeiras palestinas, usavam camisetas de apoio à causa e exibiam cartazes com mensagens como "Gaza me machuca", "Parem o Genocídio" e "Tirem as mãos da flotilha".

A mobilização reflete também a crescente pressão popular na Espanha, onde o governo de esquerda de Pedro Sánchez intensifica esforços diplomáticos contra Israel. Recentemente, protestos contra equipes esportivas israelenses interromperam a Vuelta Española, e o primeiro-ministro espanhol chamou a destruição em Gaza de "genocídio", defendendo a proibição de participação de times israelenses em eventos internacionais.

María Jesús Parra, de 63 anos, veio de outra cidade para participar do protesto. Carregando uma bandeira palestina, ela destacou a urgência de uma ação europeia: "Como é possível que estejamos testemunhando um genocídio acontecendo ao vivo depois do que nós (como Europa) vivenciamos na década de 1940? Agora, ninguém pode dizer que não sabia o que estava acontecendo."

Enquanto os protestos provavelmente não influenciam diretamente o governo israelense, os manifestantes esperam inspirar novas mobilizações e pressionar líderes europeus a adotar uma postura mais firme contra Israel.

A guerra em Gaza começou em 7 de outubro de 2023, após ataque do Hamas ao sul de Israel, que deixou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns. A resposta militar de Israel já matou mais de 67.000 pessoas e feriu quase 170.000, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerado por agências da ONU e especialistas independentes como a estimativa mais confiável de baixas em tempo de guerra.

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