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      Brasil criará representação tributária em Pequim em meio a estreitamento de laços com China

      Ministério da Fazenda classifica a investida como estratégica, diante do fortalecimento das relações bilaterais entre os dois países

      Bandeiras do Brasil e da China por ocasião de visita do presidente Lula a Pequim 13/05/2025 (Foto: REUTERS/Tingshu Wang)
      Bianca Penteado avatar
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      BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil criará uma adidância tributária na China, informou o Ministério da Fazenda, classificando a investida como estratégica diante do fortalecimento das relações bilaterais entre os dois países.

      O novo posto em Pequim será instituído via decreto presidencial, informou o ministério à Reuters em resposta a um questionamento.

      A medida representa mais um passo no aprofundamento do engajamento do Brasil com a China, em um momento de crescentes tensões comerciais globais alimentadas pela política tarifária do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

      A Reuters teve acesso à minuta do decreto e a documentos preparatórios, que mencionam a "crescente complexidade" do comércio bilateral com a China e a necessidade de ampliar a cooperação em temas tributários e aduaneiros.

      Atualmente, o Brasil conta com quatro adidâncias tributárias no exterior: em Washington e Buenos Aires, ambas abertas em 2000, e em Assunção e Montevidéu, criadas em 2002.

      Os EUA seguem como a principal fonte de investimento estrangeiro direto no Brasil, enquanto Argentina, Paraguai e Uruguai são parceiros cofundadores do país no Mercosul.

      Questionado sobre o motivo de o Brasil só agora estar mirando uma adidância na China, visto que o gigante asiático é seu principal parceiro comercial desde 2009, o ministério negou qualquer relação com a atual guerra tarifária.

      O Brasil foi recentemente alvo do anúncio de uma pesada tarifa de 50% pelos EUA sobre suas exportações e não teve suas propostas comerciais respondidas pelos norte-americanos, em meio a críticas de Trump aos processos na Justiça brasileira contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

      Enquanto isso, as relações do Brasil com a China vêm avançando em sentido oposto. Desde que tomou posse em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se reuniu três vezes com o presidente chinês, Xi Jinping.

      Os dois países também assinaram memorandos de entendimento para explorar projetos de integração em transportes, incluindo uma proposta de corredor ferroviário bioceânico ligando a costa atlântica do Brasil ao porto de Chancay, no Peru, construído pelos chineses, com o objetivo de acelerar exportações para a Ásia.

      Segundo o Ministério da Fazenda, as discussões sobre a adidância em Pequim começaram em 2023 e passaram por avaliações técnicas de diversos ministérios, incluindo a pasta das Relações Exteriores, desde 6 de janeiro deste ano.

      "Não tem qualquer razão política", afirmou a pasta, ressaltando que a medida reflete a relevância do comércio bilateral e a necessidade de aprofundar a cooperação tributária e aduaneira.

      Adidos tributários desempenham um "papel estratégico" na cooperação internacional ao trocar informações fundamentais para o combate a ilícitos fiscais e aduaneiros, afirmou o ministério.

      Eles também prestam orientação técnica sobre a legislação brasileira a investidores estrangeiros e cidadãos no exterior, contribuindo para maior segurança jurídica e um ambiente de negócios mais estável, acrescentou.

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