Indústrias químicas anunciam R$ 760 milhões em investimentos no Rio Grande do Sul
Braskem, Innova, Grupo OCQ e Unipar destinam R$ 759,3 milhões para novas plantas e ampliações no Polo Petroquímico gaúcho
247 - Na manhã desta sexta-feira (17), as indústrias químicas Braskem, Innova, Grupo OCQ e Unipar anunciaram, em cerimônia realizada em Triunfo (RS), um investimento conjunto de R$ 759,3 milhões destinado à ampliação de operações e à construção de novas plantas industriais. A solenidade contou com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, do governador Eduardo Leite e de representantes das empresas. As informações foram divulgadas pela Abiquim, Associação Brasileira da Indústria Química.
O investimento ocorre no âmbito do Regime Especial da Indústria Química (REIQ Investimento), programa que oferece isenções fiscais com o objetivo de estimular o crescimento e a modernização do setor petroquímico brasileiro. Durante o evento, Geraldo Alckmin destacou o papel estratégico da indústria química para a economia do país, ressaltando a necessidade de aumentar sua competitividade. “A defesa comercial é fundamental. Reduzimos tributos federais para melhorar a competitividade da indústria química. Também vamos reduzir custos para conquistar mercado e criar uma indústria inovadora, sustentável e competitiva”, afirmou o vice-presidente.
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, enfatizou os impactos positivos dos investimentos para a economia local. “A indústria química é essencial para a nossa estratégia de desenvolvimento do Estado, principalmente a partir do hidrogênio verde, pois habilita investimentos em diversas áreas. Grande parte destes investimentos ficarão aqui no RS, ajudando a gerar emprego e confiança no futuro do nosso Estado”, apontou.
Detalhamento dos projetos
Dos R$ 759,3 milhões anunciados, a Braskem lidera com R$ 614 milhões distribuídos em sete projetos. A Innova investirá R$ 73,3 milhões, enquanto a Unipar e o Grupo OCQ destinam R$ 57 milhões e R$ 15 milhões, respectivamente. Além desses projetos, o Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço (MDIC) está analisando outras nove iniciativas que podem elevar o total de investimentos no setor para cerca de R$ 1 bilhão.
Impactos para a indústria e a economia
O presidente-executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro, destacou que a retomada do REIQ reflete o reconhecimento da importância estratégica da indústria química no Brasil. “O setor gera 2 milhões de empregos diretos e indiretos, representa 11% do PIB industrial e é o maior contribuinte de tributos federais, com R$ 30 bilhões anuais”, afirmou. Passos também ressaltou que o Brasil ocupa a sexta posição mundial na indústria química, com um faturamento líquido de US$ 158,6 bilhões em 2024.
Porém, o setor enfrenta desafios históricos de competitividade. “A invasão de importações predatórias resultou no menor patamar de produção e vendas dos últimos 17 anos e no maior nível de ociosidade dos últimos 30 anos”, lamentou Passos. Em 2023, a arrecadação de tributos federais provenientes do setor caiu R$ 8 bilhões, impactando diretamente investimentos em políticas públicas. “Não existe país forte sem uma indústria forte”, concluiu.
Com os investimentos anunciados e o suporte do REIQ, o setor químico busca reconquistar espaço no mercado global, além de promover avanços em inovação e sustentabilidade. As novas plantas no Rio Grande do Sul prometem gerar empregos, aumentar a arrecadação e consolidar o Estado como um dos principais polos petroquímicos do Brasil.
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