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A China atual no legado de Mao Tsé-Tung

Em tempos de guerra de narrativas, este livro ousa romper com os filtros ideológicos que forjam a imagem de Mao Tse-tung no Ocidente

Capa do livro organizado por Diego Pautasso (Foto: Divulgação )

Por Diego Pautasso (*), para o 247 - A China é hoje um dos epicentros da transformação global, mas para compreendê-la é preciso ir além dos clichês que dominam o olhar ocidental. O livro A China atual no legado de Mao Tsé-Tung, organizado por Diego Pautasso, reúne especialistas de diferentes países para analisar como a trajetória teórica e política de Mao ecoam na atual ascensão chinesa.

Em tempos de guerra de narrativas, este livro ousa romper com os filtros ideológicos que forjam a imagem de Mao Tse-tung no Ocidente. Nem herói mitológico, nem tirano caricato: Mao é aqui analisado como uma figura histórica complexa, produto e agente de um longo e sinuoso processo político. Um ator chave da maior revolução do século XX e da longa marcha de reconstrução nacional e desenvolvimento da China.

Em 12 capítulos, este livro sobre Mao é uma cartografia crítica de sua trajetória, sem romantização ou vilanização. Ao invés disso, propõe uma compreensão enraizada na história concreta da China, de suas humilhações coloniais à construção de um projeto nacional e popular capaz de recolocar mais de 1.4 bilhão de pessoas no

Epicentro da história mundial

Aqui se discute Mao como estrategista, pensador, camponês rebelde e estadista. Não para canonizá-lo, mas para compreendê-lo nos termos da história chinesa e de seus constrangimentos regionais e globais, lançando luzes sobre um abrangente e contraditório processo revolucionário. 

Este livro é um resgate da trajetória de Mao que em preencher uma lacuna intelectual, visa pensar além da lógica binária “a la Guerra Fria” ainda vigente. Objetiva, pois, refletir sobre seu legado, sem as quais não há como entender o atual acelerado desenvolvimento da China. Não deixa de ser também uma oportunidade para refletir sobre o mundo a partir do Sul Global, tendo a China como protagonista e Mao como um dos seus nomes fundadores.

(*) PhD em Ciência Política (UFRGS)

Professor de Geografia no Colégio Militar de Porto Alegre

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