Quem era o cantor sertanejo executado a tiros em Campo Grande
Artista de 47 anos cumpria prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica
247 - O cantor e compositor sertanejo Yuri Ramirez, de 47 anos, foi morto a tiros dentro de sua residência em Campo Grande (MS) na noite de sábado (30). O caso, tratado como execução pela Polícia Civil, segue em investigação. As informações são do portal Terra.
Ramirez, cujo nome de batismo era Iuri Gomes Oliveira Ramires, havia deixado a prisão menos de um mês antes e cumpria pena em regime domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica. Para atender às exigências da Justiça, ele estava vivendo na casa de uma mulher que o acolheu após a saída do sistema prisional. Foi nesse local que criminosos invadiram a residência e executaram o artista.
Carreira na música
Natural de Campo Grande, Yuri iniciou a trajetória artística ainda na adolescência, primeiro ligado ao rock. Com o tempo, influenciado pelo pai, migrou para o sertanejo. Em 2020, integrou uma dupla que se apresentou em diversas cidades do país. Três anos depois, decidiu seguir carreira solo e lançou o single Boca Errada. Em 2024, apresentou o trabalho seguinte, intitulado Novo Engano.
Relação com o crime organizado
Apesar da carreira no meio musical, Ramirez acumulava um extenso histórico criminal. Ele tinha registros por estupro, tráfico de drogas e tráfico de armas. Em 2018, chegou a ser preso em Goiânia por uso de documento falso.
Na ocasião, a Polícia Civil de Goiás o identificou como integrante de uma facção criminosa, apontando-o como o principal fornecedor de drogas e armamentos da Região Noroeste da capital. Conhecido pelo apelido de "Cowboy", estava foragido da Justiça de Mato Grosso do Sul havia cinco meses.
As investigações apontaram que o cantor movimentava grandes cargas de entorpecentes vindos do Paraguai, incluindo uma remessa de cerca de 800 quilos de maconha. Além disso, negociava armas de grosso calibre, como pistolas e até mesmo um fuzil AK-47. Em interceptações telefônicas, Ramirez aparece tratando da entrega de armamento pesado e da expansão do abastecimento ilegal.
Em uma das prisões, apresentou-se com documento falso em nome de Alexandre Nunes, reforçando o perfil de alto risco atribuído pelas autoridades.
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul trabalha agora para identificar os responsáveis pela execução, que reforça a ligação entre a trajetória pessoal do cantor e os conflitos do crime organizado na região.