Guia indonésio se desculpa e relata desespero na queda de Juliana Marins
Jovem que conduzia trilha no monte Rinjani detalha últimos momentos com a brasileira e diz que fez o possível para salvá-la
247 – O guia de turismo Ali Musthofa, de 20 anos, que acompanhava a brasileira Juliana Marins em uma trilha no monte Rinjani, na Indonésia, voltou a falar sobre o acidente que resultou na morte da jovem em junho. Em entrevistas a canais do YouTube, como os de Denny Sumargo, na Indonésia, e Brunno Tavarez, no Brasil, ele pediu desculpas à família e afirmou ter feito tudo que pôde para tentar salvá-la, segundo noticiou a Folha de S.Paulo.
“Eu realmente sinto muito por tudo o que aconteceu. Se pudesse voltar no tempo, teria feito qualquer coisa para ajudá-la”, disse Musthofa, visivelmente emocionado. Ele explicou que Juliana, de 26 anos, não tinha experiência em montanhismo e optou por um pacote de trilha compartilhado — mais barato que o serviço com guia exclusivo. O passeio individual custava cerca de US$ 260 (R$ 1.440), enquanto o compartilhado saía por aproximadamente US$ 160 (R$ 886).
O guia contou que Juliana era a participante mais lenta do grupo e apresentava sinais de exaustão. Por isso, pediu que ela o esperasse em um ponto da trilha enquanto verificava a situação dos outros turistas que haviam avançado. “Quando voltei ao local combinado, ela não estava lá. Esperei 30 minutos e nada”, recordou. Pouco depois, ele avistou uma luz de lanterna cerca de 150 metros abaixo do penhasco. “Senti que era ela e entrei em pânico”, relatou.
Musthofa disse que tentou orientar a brasileira a permanecer imóvel. “Ela só conseguia dizer: ‘Help me’ [me ajude, em inglês]”, afirmou. Após o acidente, ele se encontrou com o pai e a irmã de Juliana e prestou esclarecimentos sobre o ocorrido. “Eles gritaram que eu a matei. Eu disse que aceito qualquer consequência, porque sei que fiz o máximo para salvá-la. Infelizmente, Deus quis de outro jeito”, desabafou.
O jovem guia, que agora está proibido de subir o Rinjani, lamenta não poder voltar ao local que escalava desde a infância. Ele aproveitou para fazer um alerta a turistas que pretendem enfrentar o desafio da montanha. “Rinjani não é fácil. É preciso preparação, checar suas condições físicas e, se puder, escolher um guia privado, que oferece mais segurança”, recomendou.
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