Denúncia de estágio abusivo em medicina na Unoeste gera divergência entre alunos
Presidência do Diretório Acadêmico afirma que há estrutura para descanso, enquanto estudantes denunciam exaustão e dormem no chão
247 - O suposto cenário de precariedade enfrentado por estudantes de medicina da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), no campus Guarujá (SP), durante o internato no Hospital Santo Amaro, gerou um impasse dentro da própria comunidade acadêmica. Enquanto alguns alunos denunciam jornadas exaustivas e dormidas no chão por falta de estrutura, outros contestam as acusações e afirmam que o hospital oferece condições adequadas para o descanso. A apuração é do portal Metrópoles.
Imagens enviadas à reportagem mostram pelo menos três alunos deitados no chão em diferentes momentos, supostamente durante os plantões do internato, estágio obrigatório que integra a reta final do curso. Os autores da denúncia classificam o ambiente como insalubre e relataram à reportagem jornadas desgastantes, sem espaços apropriados para repouso.
Em resposta, a presidente do Diretório Acadêmico da Unoeste, Gabriela Aragão, afirmou que os relatos negativos não representam a maioria dos estudantes. Ela também apresentou imagens que, segundo ela, comprovam a existência de estrutura adequada no hospital.
"Tem toda uma estrutura para os alunos," garantiu a representante estudantil. Segundo ela, os internos têm acesso a camas exclusivas, sala de cochilo, poltronas, puffs, além de eletrodomésticos como geladeira e micro-ondas.
Gabriela reforçou que sua fala não expressa opinião pessoal, mas representa um posicionamento coletivo de parte do corpo discente: "A opinião dos denunciantes sobre o suposto estágio abusivo não é compartilhada por grande parte dos alunos," disse.
Ainda de acordo com a presidente do diretório, o alto nível de exigência do curso — considerado um dos mais qualificados entre as instituições particulares do país — pode levar alguns estudantes a optarem por permanecer nas áreas hospitalares, mesmo com opções de descanso disponíveis. "Alguns alunos preferem ficar no chão para não perder o que está acontecendo no hospital. Isso não significa falta de estrutura," afirmou.
Além da questão estrutural, a denúncia original também envolve a suposta falsificação da assinatura de um estudante, Roberto Fakhouri, de 43 anos, em documentos do estágio. O caso consta em um processo no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). A reportagem tentou contato com o aluno, sem sucesso até o momento. O espaço segue aberto para manifestação.
A controvérsia entre os estudantes expõe uma divisão interna sobre as condições oferecidas aos futuros médicos e levanta debate sobre a qualidade e a exigência dos estágios clínicos em instituições privadas. Enquanto isso, imagens de alunos deitados no chão seguem circulando nas redes sociais, alimentando a discussão sobre os limites entre dedicação, estrutura adequada e bem-estar estudantil.
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