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Advogado preso por agredir mulher admite em podcast que usava “kit flagrante” como PM

João foi detido na segunda-feira (14) depois de câmeras de segurança flagrarem o momento em que ele agride violentamente uma mulher em seu apartamento

(Foto: Reprodução)
Laís Gouveia avatar
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247 - Durante uma entrevista a um podcast que circula nas redes sociais, o advogado criminalista de extrema-direita João Neto, de 47 anos, revelou que utilizava o que chamou de “kit flagrante” quando atuava como policial militar na Bahia. Segundo ele, o material incluía drogas, balança de precisão e dinheiro trocado — supostamente usados para forjar prisões. A fala viralizou nesta semana, após João ter sido preso por agredir uma mulher dentro do prédio onde mora, em Maceió (AL).

A reportagem foi publicada originalmente pelo portal Metrópoles, com informações da jornalista Jéssica Ribeiro.

“Na minha época mesmo [de policial], eu andava com kit flagrante. Eu tinha kit flagrante: droga, balança e dinheiro miúdo. Já era”, admitiu João durante o programa. “Quantos e quantos policiais invadem sua casa e plantam drogas? […] Gente, não vamos ser falsos moralistas, nem demagogos, nem hipócritas. A realidade existe”, completou ele, com naturalidade.

João foi detido na segunda-feira (14) depois de câmeras de segurança flagrarem o momento em que ele agride violentamente uma mulher em seu apartamento. As imagens mostram a vítima sendo empurrada e caindo no hall do prédio, onde bateu o queixo e precisou levar pontos. O caso gerou ampla repercussão e revolta nas redes sociais.

De acordo com fontes ouvidas pela CNN, a vítima relatou que a discussão começou após João reclamar que ela não colaborava com as tarefas domésticas e com as despesas da casa. O advogado teria se irritado ao encontrá-la dormindo durante o dia. A briga, que começou no quarto, seguiu até a sala e culminou na tentativa dele de expulsá-la do imóvel.

A mulher também declarou que era constantemente cobrada por “estar sendo sustentada” por João. O caso é investigado e ele deve ser indiciado por lesão corporal, com possíveis agravantes, dependendo do laudo do Instituto Médico Legal (IML) e do estado de saúde da vítima.

A prisão e as declarações de João Neto expõem, segundo especialistas ouvidos por veículos de imprensa, a persistência de práticas abusivas no sistema de segurança pública e a necessidade urgente de responsabilização.

O vídeo com a entrevista continua circulando nas redes, gerando críticas à naturalidade com que o advogado descreve atos ilegais cometidos no passado como policial. Até o momento, a defesa dele não se pronunciou oficialmente sobre as acusações.

 

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