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      Renato Freitas: “Bolsonarismo vive o desespero da responsabilização”

      O deputado denuncia perseguição política ao seu mandato e afirma que Bolsonaro e aliados já não dormem tranquilos diante do avanço das investigações

      (Foto: Divulgação)
      Dayane Santos avatar
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      247 - Em entrevista ao programa Brasil Agora, da TV 247, o deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) an alisou a atual conjuntura política e relatou os processos de perseguição política que enfrenta na Assembleia Legislativa do Paraná. Para ele, o atual momento político mostra que “os que se julgavam intocáveis” estão acuados com as investigações que atingem Jair Bolsonaro, seu filho Eduardo e o empresário Silas Malafaia.

      “O Malafaia se achava intocável, e agora está governado por um certo desespero. Bolsonaro, Eduardo e todos os militares envolvidos no golpe sabem que a qualquer momento podem receber uma visita da Polícia Federal. Já não dormem tranquilos”, afirmou.

      Freitas também avaliou a conjuntura internacional, apontando que o Brasil segue sob forte influência geopolítica dos Estados Unidos, mas que o avanço do mundo multipolar, com protagonismo da China e da Rússia, abre novas perspectivas. 

      “O império americano vive uma crise e tenta se impor na América Latina. Mas a internet, as big techs e as guerras informacionais mostram que vivemos uma disputa global em outro patamar”, disse.


      Perseguição ao mandato

      O deputado relatou ainda o processo que enfrenta na Assembleia do Paraná, sob a acusação de suposta “quebra de decoro” ao apoiar professores durante protesto contra a terceirização da gestão escolar. Segundo ele, o caso é exemplo de perseguição política orquestrada pela base bolsonarista.

      “Disseram que eu havia incorrido nos mesmos crimes do pessoal do 8 de janeiro, tentando obstruir o Legislativo. Um absurdo completo. Apoiei professores que resistiam à privatização da educação, e isso foi usado como pretexto para suspender minhas prerrogativas parlamentares”, denunciou.

      Uma liminar chegou a garantir o exercício pleno do mandato, mas foi derrubada pela presidente do Tribunal de Justiça do Paraná,  Lidia Maejima, em decisão monocrática, de madrugada. “O argumento foi de que o Judiciário não poderia se imiscuir em questões do Legislativo. Isso contraria o princípio dos freios e contrapesos da democracia. É uma decisão puramente política”, criticou.


      Racismo e estigmatização

      Renato também denunciou as tentativas da mídia de associá-lo de forma pejorativa, como no episódio em que foi acusado de prestigiar o lançamento do livro de Marcinho VP. “Estive na Flip Preta, espaço de resistência negra em Paraty, mas apagaram isso para me associar ao crime. É um modus operandi perigoso, que coloca nossa vida em risco”, alertou.

      Segundo ele, trata-se de uma estratégia racista recorrente. “Tentam sempre me colocar no lugar do ‘bandalheiro’, do cara que vai fazer confusão. Mas sigo com serenidade, porque sei que é isso que eles querem: me provocar para que eu escorregue. Não vão conseguir.”

      Apesar das perseguições, o deputado reforçou que segue firme e confiante no futuro. “Como diz o poeta Sérgio Vaz, sorrir enquanto luta é uma forma de confundir o inimigo. Vamos recorrer de todas as decisões, esgotar os instrumentos jurídicos e continuar representando o povo que me elegeu. Nosso mandato é alvo porque tem lado: o lado do povo”, afirmou.

      Freitas encerrou destacando a importância da resistência popular e projetando seu futuro político: “A luta é árdua, mas necessária. O que querem é nos intimidar, mas nós seguimos. Minha pretensão é chegar à Câmara Federal, e é lá que espero estar, representando os que nunca tiveram voz”, finalizou.

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