"O governo precisa de uma estratégia de confronto, não de pacificação", diz Breno Altman
Altman critica a abordagem política do governo Lula e defende enfrentamento contra o capital financeiro e o agronegócio
247 - O jornalista Breno Altman defendeu, durante participação no programa Bom Dia 247, que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve abandonar a estratégia de pacificação e adotar um posicionamento de confronto contra setores dominantes da economia e da oposição política. Segundo Altman, a atual abordagem da gestão petista limita sua capacidade de recuperação de popularidade e de avanço em medidas econômicas e sociais.
"Nós precisamos de uma estratégia de confronto, não porque gostamos do confronto, mas porque o confronto é estrutural e inevitável. O outro lado está em guerra contra o governo Lula. Se o governo não desatar uma guerra defensiva, ele irá sobrar, porque a estratégia da pacificação fracassou", afirmou.
Altman argumenta que o governo está "aprisionado na tática da frente ampla", evitando medidas de maior impacto para não desagradar setores aliados no Congresso, o que resulta em um programa rebaixado e sem identidade própria. "A estratégia aplicada pelo governo não está dando certo. Mesmo quando os números da economia são positivos, a estratégia não funciona. Pequenas mudanças não são o que animam o eleitorado. Esse eleitorado quer mudanças profundas, e ele está gritando isso nas pesquisas", disse.
O jornalista também apontou que a insistência do governo em manter o ajuste fiscal no centro da agenda política impacta negativamente sua imagem. "O governo está dominado pela agenda do ajuste fiscal. O povo já sabe que esse tema significa corte de direitos, menos dinheiro para saúde, menos dinheiro para educação e menos recursos para programas sociais. Essa é uma agenda negativa", declarou.
Para Altman, o governo precisa tomar medidas rápidas para reposicionar sua agenda e atender às expectativas do eleitorado. Ele sugeriu algumas ações, como acelerar o envio do projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil ao Congresso e implementar medidas mais assertivas para conter a inflação dos alimentos. "O governo precisa ser mais proativo no enfrentamento da inflação dos alimentos. Cadê as medidas para enfrentar esse problema? Cadê a proposta ampla de reforma da segurança pública, que é uma chaga que afeta os brasileiros?", questionou.
O jornalista também criticou a lentidão do governo em adotar medidas econômicas estruturantes. "Se o governo não alterar sua agenda, a situação não será revertida. Se ele alterar, se abre um caminho de recuperação, como aconteceu no passado", pontuou. Ele defendeu que Lula precisa assumir um papel mais ativo na mobilização social. "O presidente Lula precisa convocar as massas, fazer como em 2005, quando agitou a bandeira da mobilização social e intimidou seus inimigos. O governo precisa se posicionar e convocar a população para pressionar o Congresso a aprovar medidas de impacto", disse.
Ao final da entrevista, Altman reiterou que a atual estratégia de pacificação do governo é ineficaz diante do atual cenário político e econômico do país. "A estratégia de confronto não é uma escolha, mas uma necessidade. O governo tem instrumentos para agir, mas precisa estar disposto a usá-los. A pacificação não está funcionando, e o governo precisa mudar sua orientação política se quiser reverter esse quadro". Assista:
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