Produtores rurais gaúchos participam de rodadas de negócios internacionais na Expointer
Sebrae, CNA e ApexBrasil conectam 30 pequenas empresas a compradores de sete países para ampliar exportações de frutas, mel, azeite e nozes
247 - Produtores rurais de 30 pequenas empresas gaúchas terão, nesta quarta (3) e quinta-feira (4), uma oportunidade inédita de ampliar seus horizontes comerciais em rodadas de negócios exclusivas com compradores de sete países. O encontro ocorre durante a 48ª Expointer, em Esteio (RS), e é promovido pelo Sebrae em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a ApexBrasil, por meio do programa agroBR. As informações são do Sebrae.
As empresas participantes vêm de 25 municípios do Rio Grande do Sul e atuam em setores estratégicos como frutas, noz pecan, mel e azeite de oliva. O objetivo central é fortalecer a presença dos pequenos negócios brasileiros no mercado internacional, oferecendo apoio técnico e comercial para inserção em cadeias globais de valor. Esta é a primeira vez que o Sebrae atua como parceiro direto do agroBR.
“O agroBR tem o papel de aproximar os produtores do comércio internacional, com consultorias e orientação para superar barreiras tarifárias, sanitárias e até culturais”, explica Roberta Aviz, coordenadora de Negócios Internacionais do Sebrae. Segundo ela, a entrada da instituição no programa ampliou o atendimento a produtores que querem diversificar seus mercados.
Experiências de quem exporta
Entre as empresas selecionadas está a Apiários Adams, fundada em 1984. A empresa exporta em média dois contêineres de mel por semana, sendo os Estados Unidos, até pouco tempo, o principal destino. O cofundador, Marcelo Giffhorn, lembra como o apoio do Sebrae foi crucial desde o início:
“Já tivemos muito apoio do Sebrae, inclusive em 1995, nós fomos a primeira empresa brasileira a expor na Apimondia [principal evento da apicultura internacional], e eu fui graças ao apoio do Sebrae”, destaca Giffhorn.
A Zanette, produtora de caquis, pêssegos e ameixas, também estreia nas rodadas de negócios. A sócia Kelin Zanette afirma que a empresa sente reflexos indiretos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, especialmente nos custos com embalagens. Ainda assim, projeta boas perspectivas:
“Estamos nos organizando para ver outras opções até novembro, quando reinicia a safra”, afirma, demonstrando confiança na abertura de novos mercados.
O olhar dos compradores
A presença internacional também chama atenção. O canadense Felipe Aveiro, representante da Ibex Comm, ressalta que o cenário de tarifas elevadas nos EUA abriu espaço para produtos brasileiros no Canadá:
“O mercado canadense foi indiretamente afetado, mas isso criou oportunidades para trabalharmos melhor os nossos preços”, explica.
Já a paraguaia Blanca Ameiro, gerente do Mercado Abasto Norte, destacou o interesse em azeite de oliva e nozes brasileiras. “Espero que possamos fazer bons negócios”, disse.
Diversificação e futuro das exportações
Para o Sebrae, o atual cenário reforça a necessidade de diversificação. “O tarifaço vem mostrando agora a importância da diversificação de mercados. O negócio precisa ter mercados diversificados, não pode depender de um só mercado”, reforça Roberta Aviz.
A Expointer, reconhecida como uma das maiores feiras agropecuárias da América Latina, segue até 7 de setembro no Parque de Exposições Assis Brasil. Após o evento, o agroBR realizará novas rodadas de negócios internacionais em Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA).
De acordo com Roberta Aviz, apenas 11.400 pequenos negócios brasileiros exportam atualmente, mas o potencial é de multiplicar esse número por dez. “A inserção no mercado internacional ajuda também a produtividade e a competitividade”, conclui.