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Pequenos negócios são protagonistas da nova economia verde

Evento em Brasília discutiu a qualificação de trabalhadores e o papel das micro e pequenas empresas na construção de uma economia mais verde e inclusiva

Bruno Quick (direita) defendeu uma maior participação dos pequenos negócios na agenda de baixo carbono (Foto: Erivelton Viana/Sebrae)

247 - Os pequenos negócios brasileiros estão no centro da transição rumo a uma economia de baixo carbono. Responsáveis por mais de 80% da geração de empregos no país, essas empresas são vistas como peças-chave para o avanço de uma agenda sustentável e inclusiva. O tema foi destaque no Summit Empregos e Habilidades do Futuro para uma Economia de Baixo Carbono, realizado nesta terça-feira (14), na sede do Sebrae Nacional, em Brasília (DF). O encontro foi promovido em parceria com a iniciativa global Sustainable Business COP (SB COP), liderada no Brasil pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com o diretor-técnico do Sebrae, Bruno Quick, é fundamental incluir as micro e pequenas empresas na transição verde, uma vez que elas enfrentam de forma direta os efeitos das mudanças climáticas e também podem ser parte da solução.

 “Os pequenos negócios não podem ficar de fora dessa discussão. Em boa parte, são os que mais sofrem com os problemas, por possuírem menos meios para superar e mitigar os efeitos climáticos, como também são grandes portadores das soluções”, afirmou.

Transição justa e qualificação de trabalhadores

A discussão sobre uma transição justa e inclusiva perpassou todo o evento, que reuniu representantes do setor público, privado e da sociedade civil. Participaram do encontro Alice Amorim Vogas, diretora de programa da Direção Executiva da presidência da COP30, e Dan Ioschpe, Campeão Climático de Alto Nível da COP30 — função criada na COP21, em 2015, para conectar iniciativas econômicas aos esforços dos governos na implementação do Acordo de Paris.

Segundo Alice, o desafio atual é garantir que o processo de descarbonização avance de forma equitativa e com foco na qualidade das transformações.

 “Se a transição vai ser justa ou não, depende muito do esforço de todos nós. Enquanto presidência da COP no Brasil, estamos convocando uma discussão de modelos de desenvolvimento que tratam a descarbonização e construção de resiliência com qualidade. Não estamos mais no momento de falar de adaptação e mitigação”, destacou.

Para Ioschpe, a transição para uma economia de baixo carbono é inevitável e já influencia a competitividade global.

 “É um tema extremamente competitivo que está inserido na dinâmica dos mercados e que vai ocorrer em uma velocidade que vai nos surpreender”, observou.

Habilidades verdes e investimentos em capital humano

A programação do Summit contou com o painel “Do Global para o Local”, que abordou tendências internacionais e nacionais em empregos e habilidades verdes. O debate teve a participação da diretora executiva da GIZ, Ingrid-Gabriela Hoven, e da copresidente do grupo de trabalho de habilidades verdes da SB COP, Liesbet Steer, que apresentaram exemplos de iniciativas globais bem-sucedidas em integrar sustentabilidade e capacitação profissional.

A CEO da Systemiq para a América Latina, Patrícia Ellen, conduziu a mesa e reforçou que o investimento em pessoas é o caminho para agregar valor à economia, especialmente em países emergentes.

 “Capital humano tem CEP e precisamos saber onde estão essas oportunidades por estado, por região, além das necessidades dessa população. Saber também onde as pessoas estão preparadas e onde existem desafios e oportunidades para preparar e complementar a população”, explicou.

Capacitação como motor da economia verde

Outro destaque do encontro foi o painel “Debate: Desafios Relacionados a Habilidades e Empregos Verdes”, moderado pelo gerente da Unidade de Gestão de Soluções do Sebrae Nacional, Eduardo Curado. O executivo ressaltou a importância de disseminar o conhecimento sobre habilidades verdes em um ritmo compatível com as transformações do mercado.

 “A velocidade que as oportunidades vão surgindo não está sendo acompanhada pela nossa capacidade de levar o conhecimento dessas habilidades para as pessoas”, alertou.

O debate reuniu nomes como Ricardo Henriques (Instituto Unibanco), Carolina Grottera (Ministério da Fazenda), Pedro Hartung (Instituto Alana), Marilza Regattlere (Senai) e Thaís Ferraz (Instituto Clima e Sociedade), que defenderam a integração entre políticas públicas, inovação e capacitação profissional como pilares da economia verde.

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