Empresários brasileiros reforçam importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional
No Setembro Amarelo, líderes destacam que saúde mental no trabalho depende de rotinas simples, conexão familiar e hábitos consistentes
247 - O Setembro Amarelo, mês de conscientização sobre a saúde mental, traz à tona um alerta que atravessa fronteiras e se intensifica no ambiente corporativo: o esgotamento profissional, a ansiedade e o estresse seguem como desafios críticos para trabalhadores em todo o mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking global de ansiedade e a quinta posição em casos de depressão — números que reforçam a urgência de tratar o tema como uma questão de saúde pública.
Diante desse cenário, uma nova geração de líderes empresariais vem repensando a forma de lidar com o tema no dia a dia das organizações. Mais do que discursos protocolares, executivos têm adotado práticas concretas para conciliar rotina intensa, bem-estar e resultados. As informações foram reunidas a partir de relatos de empresários de diferentes setores, que compartilham estratégias pessoais para manter o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
O equilíbrio entre trabalho e vida pessoal deixou de ser apenas um ideal abstrato para se tornar um fator estratégico. Cada vez mais, empresas reconhecem que colaboradores mais saudáveis emocionalmente são também mais criativos, produtivos e engajados. Nesse sentido, a busca por qualidade de vida se consolida como peça-chave para a sustentabilidade dos negócios.
Lucas André, fundador e CEO da Fast Tennis, acredita que a integração entre as diferentes áreas da vida é a base da felicidade. “Acredito em um ser humano integrado, onde não há separação entre vida pessoal e profissional. Para mim, o verdadeiro equilíbrio vem quando somos felizes em ambos os ambientes, pois isso nos permite dar o nosso melhor como indivíduos”, afirma.
Estar presente na rotina da família é a prioridade para Cristiano Corrêa, CEO da Ecoville, maior rede de franquias de produtos de limpeza do Brasil. Ele adotou pequenos rituais para marcar a divisão entre papéis. “Minha meta é fazer 12 micro viagens por ano em família, aproveitando os feriados prolongados e, no dia a dia, participo ativamente da rotina dos meus filhos. No meu aparelho telefônico criei uma forma de reforçar essa divisão: no trabalho uso uma foto corporativa e, em casa, uma foto da família”, relata.
Para Renata Barbalho, CEO da Espanha Fácil, o segredo está em uma rotina estratégica que une tempo em família e cuidados com a saúde. “Optei pelo escritório estrategicamente localizado próximo à escola do filho, assim deixo o carro no estacionamento e vou caminhando com ele até a escola, aproveitando esses momentos juntos. Em casa, sempre dedico um tempo para estar com meu filho e meu marido”, explica. Além disso, a empresária mantém rotina rigorosa de exercícios e alimentação controlada para fortalecer corpo e mente.
O empresário Cléber Gomes, CEO da Maestria, aposta em práticas que envolvem espiritualidade e disciplina. A leitura diária, sobretudo da Bíblia, aliada a exercícios físicos e momentos de louvor, são, segundo ele, formas de preservar a mente saudável. “Ter saúde mental é essencial para poder viver bem, tomar decisões assertivas, prosperar e ter relações afetivas saudáveis”, reforça.
Raphael Brito, CEO da Spaceclass, também reconhece que a rotina empresarial limita hábitos ideais, mas acredita que o verdadeiro equilíbrio está em priorizar a família. “Nenhum sucesso nos negócios compensa o fracasso dentro de casa”, afirma. Para ele, brincar com a filha pequena e acompanhar o crescimento do bebê recém-nascido são momentos que recarregam suas energias e o lembram de que a alta performance nos negócios deve andar lado a lado com os vínculos afetivos.
Com histórias distintas, os empresários convergem em uma mesma ideia: a saúde mental é um patrimônio que exige atenção contínua, pequenas práticas consistentes e, sobretudo, equilíbrio entre as diversas áreas da vida. No mês em que o tema ganha visibilidade, seus relatos reforçam que investir no bem-estar não é apenas um gesto pessoal, mas também uma estratégia essencial para a sustentabilidade dos negócios.