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Empreendedorismo impulsiona saída de 2,5 milhões do CadÚnico para o MEI

Levantamento do Sebrae e do MDS mostra que mais da metade dos microempreendedores inscritos no Cadastro Único começaram a empreender após o registro

Ministro Wellington Dias se reúne com o presidente do Sebrae, Décio Lima (Foto: Erivelton Viana/Sebrae)

247 - Um levantamento divulgado pelo Sebrae, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), revelou que o estímulo ao empreendedorismo tem promovido uma importante transformação social no Brasil. Segundo os dados, 55% dos microempreendedores individuais (MEIs) inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) — o equivalente a 2,5 milhões de pessoas — decidiram abrir o próprio negócio após a inscrição na plataforma. O resultado evidencia o papel do CadÚnico como instrumento de emancipação econômica e de geração de oportunidades para famílias em situação de vulnerabilidade.

Durante evento realizado nesta terça-feira (21), na sede do MDS, em Brasília, o presidente do Sebrae, Décio Lima, destacou o caráter transformador da parceria entre as instituições. “Sob a determinação do presidente Lula, estamos aqui juntos, o Sebrae e o MDS, para poder produzir resultados, porque também o empreendedorismo é uma expressão da resiliência do povo simples do nosso país, de homens e mulheres que não desistiram”, afirmou. Ele acrescentou que o trabalho conjunto tem contribuído para a superação da fome e para a construção de um país mais inclusivo.

De acordo com o estudo, 4,6 milhões de pessoas inscritas no CadÚnico já são formalmente MEIs, entre um total de 95,3 milhões de brasileiros registrados na base. A pesquisa também mostra que 34,1% desses empreendedores já receberam algum tipo de atendimento do Sebrae entre janeiro de 2020 e julho de 2025. O impacto dessa assistência é evidente: 78,9% dos MEIs atendidos mantêm suas empresas ativas, contra 61,5% entre os que não tiveram acompanhamento.

Décio Lima reforçou que a parceria entre as instituições é estratégica e tem potencial para avançar ainda mais. “Ainda temos muito para crescer a partir desta parceria com o MDS. A atuação integrada fortalece a identificação de um público importante. Enquanto o MDS identifica e acompanha as famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica, o Sebrae oferece apoio técnico e estratégico”, explicou. “Juntos, esses elos criam condições para que empreendedores transformem oportunidades em resultados concretos e sustentáveis.”

A análise setorial mostra que a maior parte dos MEIs vinculados ao CadÚnico atua no setor de Serviços (53,1%), seguida por Comércio (26,5%), Indústria (10,1%), Construção (9,7%) e Agropecuária (0,5%). O levantamento também aponta que 41,7% desses microempreendedores recebem o Bolsa Família, enquanto 6,4% têm direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). Entre os estados com maior percentual de MEIs inscritos no CadÚnico estão Amazonas (56,3%), Acre (54,8%) e Piauí (54,6%).

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, ressaltou a importância da pesquisa ao reafirmar que formalizar um negócio não implica perda de benefícios sociais. “Esse estudo apresentado mostra a verdade. Primeiro, a mudança do novo Bolsa Família neste governo do presidente Lula. Segundo, desmente a questão sobre abrir um CNPJ e perder o Bolsa Família. Nós já dissemos e a pesquisa reforça que esse é um direito garantido. São 4,6 milhões de pessoas do Cadastro Único que já se formalizaram, viraram empreendedores e continuam no cadastro”, destacou.

Firmado em 2023, o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o MDS e o Sebrae tem como objetivo integrar esforços para a promoção socioeconômica das famílias em vulnerabilidade. Entre as ações previstas estão o compartilhamento de dados do Cadastro Único e do Programa Bolsa Família e o desenvolvimento de estudos e pesquisas que contribuam para o aprimoramento de políticas públicas voltadas aos pequenos negócios.