Brasil retirou 3,9 milhões de pessoas da informalidade em 2024
Segundo o Sebrae, formalização de MEI e MPE impulsionou renda, ampliou oportunidades e movimentou até R$ 70 bilhões na economia
247 - O Brasil registrou um avanço expressivo na formalização de negócios e trabalhadores em 2024. De acordo com o Atlas dos Pequenos Negócios, elaborado pelo Sebrae, cerca de 3,9 milhões de pessoas deixaram a informalidade no país ao longo do ano. Desse total, 2,5 milhões se tornaram microempreendedores individuais (MEI), enquanto 1,4 milhão abriram micro e pequenas empresas (MPE), consolidando uma tendência de crescimento do empreendedorismo formal.
O levantamento mostra que, entre os 9,8 milhões de MEI em atividade, aproximadamente 26% eram trabalhadores informais — seja atuando por conta própria ou como empregados sem carteira assinada — antes de se registrarem oficialmente. Já os novos donos de micro e pequenas empresas representam cerca de 15% do total de empreendedores formais atualmente no país.
Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, os dados comprovam a força e os benefícios da formalização para a economia nacional. “O efeito da formalização desses empreendedores gira entre R$ 20 bilhões e R$ 70 bilhões por ano. Ao conquistarem um CNPJ, eles aumentam sua renda entre 7 e 25%. Na medida em que o empreendedor formaliza, ele dá um passo fundamental para escalar o seu negócio, não só para o mercado nacional como para o internacional. O local em que eles podem procurar e ter total apoio para isso é no Sebrae, com cursos, formação e apoio”, afirma o dirigente.
O Atlas dos Pequenos Negócios também evidencia que o número de empreendedores que deixaram a informalidade para abrir uma MPE vem crescendo de forma consistente. Em 2024, o índice chegou a 15%, superior aos 13% registrados em 2022. Embora ainda abaixo dos 20% observados em 2017 e 2019, o dado reflete uma retomada da confiança dos brasileiros na formalização e no ambiente de negócios.
Entre os novos empreendedores formais, 8% já trabalhavam por conta própria de maneira informal, e 7% eram empregados sem carteira assinada antes de se formalizarem. Esses números indicam que a abertura de CNPJs tem se tornado uma estratégia de ascensão econômica para milhões de brasileiros que buscam estabilidade, acesso a crédito e possibilidade de crescimento.
O Sebrae, que tem papel central nesse processo, oferece orientação, capacitação e suporte técnico a quem decide empreender de forma regularizada. A instituição reforça que a formalização é uma etapa decisiva para fortalecer o empreendedorismo, gerar empregos e ampliar a arrecadação tributária — fatores essenciais para o desenvolvimento sustentável do país.