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Bioeconomia no Pará se fortalece e ganha destaque na COP 30

Estado abriga 423 startups em segmentos de impacto socioambiental e alimentos, posicionando o Brasil como referência em inovação sustentável

Bioeconomia no Pará se fortalece e ganha destaque na COP 30 (Foto: Reprodução/Freepik )

247 - Com a aproximação da COP 30, que será sediada em Belém no próximo mês, o Pará surge como um dos estados mais estratégicos para consolidar o Brasil como referência em inovação sustentável. Segundo dados do Observatório Sebrae Startups, o estado abriga 423 startups, com destaque para os setores de impacto socioambiental e alimentos e bebidas — áreas diretamente ligadas aos principais eixos de debate da conferência internacional.

Juntas, essas startups representam mais de 27% do ecossistema local, desenvolvendo soluções que combinam biodiversidade, conhecimento tradicional e tecnologia para gerar valor econômico de forma sustentável. “Estamos falando de negócios que não apenas promovem desenvolvimento local, mas que podem escalar nacional ou globalmente, tornando-se exemplos vivos de bioeconomia aplicada”, afirma Philippe Figueiredo, analista do Sebrae Nacional.

O ecossistema paraense apresenta diversidade nos modelos de atuação. O B2B predomina, com 34% das startups, seguido pelo B2C (28,4%) e B2B2C (27,4%), abrangendo desde grandes cadeias produtivas até o consumidor final. Quanto às fontes de receita, 51,3% utilizam vendas diretas, mas há um crescimento significativo de empresas que operam via marketplaces e modelos SaaS (Software como Serviço).

Em termos de maturidade, 30,7% das startups ainda estão em fase de ideação, enquanto 27,2% já se encontram em tração, demonstrando um ecossistema em formação, mas com empresas iniciando passos rumo à consolidação. Para o Sebrae, o cenário evidencia a necessidade de políticas públicas direcionadas e de estímulo ao empreendedorismo inovador. “O Brasil tem a chance histórica de mostrar ao mundo um novo modelo de desenvolvimento que nasce na floresta e se conecta com as grandes agendas globais”, acrescenta Figueiredo.

A COP 30 deve funcionar como uma vitrine para essas startups, oferecendo visibilidade e atraindo investidores nacionais e internacionais interessados em soluções desenvolvidas na Amazônia. O Pará conta com uma infraestrutura de apoio em expansão: conforme o Relatório Amazônia Legal 2025, divulgado pelo Sebrae Startups, há pelo menos 39 iniciativas da instituição voltadas à inovação na região, além de parques tecnológicos, incubadoras e centros de inovação em operação.

Segundo Figueiredo, o papel do Sebrae vai além do mapeamento. “Nosso papel é dar suporte técnico, ampliar o acesso a capital e garantir que essas startups estejam preparadas para os holofotes internacionais no momento da COP”, conclui.