Safra brasileira de grãos deve bater recorde em 2025 com 340,5 milhões de toneladas, diz IBGE
Produção deve crescer 16,3% em relação a 2024, impulsionada por clima favorável, aumento de área plantada e investimentos em tecnologia
247 - A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve atingir um volume recorde de 340,5 milhões de toneladas em 2025, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta quinta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa um crescimento de 16,3% em relação ao total colhido em 2024 (292,7 milhões de toneladas) — um acréscimo de 47,7 milhões de toneladas.
Frente à estimativa do mês anterior, houve alta de 2,1%, com um adicional de 7,1 milhões de toneladas. A área a ser colhida também teve expansão e deve alcançar 81,2 milhões de hectares, o que representa aumento de 2,7% (ou 2,2 milhões de hectares) na comparação com 2024.
Segundo o gerente do LSPA, Carlos Barradas, a projeção de julho representa a maior estimativa da série histórica do IBGE. “O crescimento da safra brasileira em relação a 2024 é consequência dos maiores investimentos realizados pelos produtores, que ampliaram as áreas de plantio e investiram mais em tecnologia de produção, motivados pelos bons preços dos principais grãos. Outro fator foi o clima, que beneficiou as lavouras na maioria das unidades da federação produtoras”, explicou. Ele ressalta que os problemas climáticos mais sérios foram registrados apenas no Rio Grande do Sul.
Entre os destaques positivos da nova estimativa estão os aumentos nas previsões de produção de soja (165,5 milhões de toneladas), milho (137,6 milhões), arroz em casca (12,5 milhões) e algodão em caroço (9,5 milhões). Apenas esses três primeiros cultivos representam 92,7% da produção total estimada e respondem por 88,0% da área a ser colhida.
Em relação a 2024, os principais aumentos percentuais de produção são: milho (+19,9%), soja (+14,2%), arroz (+17,7%), sorgo (+23,6%), algodão (+7,1%), trigo (+2,3%) e feijão (+0,4%). Já em termos de área colhida, as maiores expansões foram registradas no arroz (+11,4%), sorgo (+10,9%), soja (+3,3%), milho (+3,5%) — com queda de 4,9% na 1ª safra e aumento de 5,9% na 2ª — e algodão herbáceo (+5,6%). Por outro lado, houve retrações nas áreas destinadas ao feijão (-6,1%) e ao trigo (-18,2%).
A estimativa de julho apontou crescimento anual da produção em todas as regiões: Centro-Oeste (+21,4%), Sudeste (+16,9%), Norte (+17,3%), Sul (+9,0%) e Nordeste (+9,0%). Na comparação com junho, o único recuo foi registrado no Nordeste (-0,1%). As demais regiões tiveram alta: Centro-Oeste (+3,3%), Norte e Sudeste (+1,9% cada) e Sul (+0,7%).
Entre os produtos com maior crescimento mensal em volume estão o milho 2ª safra (+5,7% ou 6 milhões de toneladas), o sorgo (+13,5%), a soja (+0,2%) e o arroz (+1,5%). Também houve aumentos nas previsões de produção de castanha de caju, algodão, cevada, aveia, feijão 2ª safra, milho 1ª safra e uva.
Na direção oposta, destacam-se as reduções nas estimativas de produção do trigo (-3,4%), tomate (-6,7%), feijão 1ª safra (-6,7%) e feijão 3ª safra (-5,2%).
Ainda segundo Carlos Barradas, os recordes de produção de milho e sorgo estão ligados à ampliação das áreas cultivadas e ao bom desempenho climático, especialmente na 2ª safra de milho no Mato Grosso. “O aumento da produção é resultado da maior demanda pelo cereal, usado na produção de ração e etanol. Muitas usinas têm sido instaladas no estado para esse fim”, afirmou o gerente.
O Mato Grosso mantém a liderança nacional com 32,4% da produção de grãos, seguido por Paraná (13,4%), Goiás (11,4%), Rio Grande do Sul (9,5%), Mato Grosso do Sul (7,5%) e Minas Gerais (5,6%). Juntos, esses seis estados respondem por 79,8% da safra nacional.
Por região, o Centro-Oeste domina com 51,5% da produção nacional, seguido por Sul (25,1%), Sudeste (8,9%), Nordeste (8,2%) e Norte (6,3%).
As maiores variações positivas em relação a junho foram registradas no Mato Grosso (+5,5 milhões de t), Minas Gerais (+561 mil t), Paraná, Santa Catarina, Tocantins e Bahia. Já as quedas mais expressivas ocorreram no Rio Grande do Sul (-101 mil t), Paraíba, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.