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Michael Hudson vê Trump em guerra contra o México e contra o mundo

De acordo com Hudson, Trump está implementando um conjunto de políticas que ele chama de "Guerra de Balanço de Pagamentos"

Michel Hudson (Foto: Reprodução/Youtube)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – Em uma análise detalhada publicada no site Global South, o renomado economista Michael Hudson examina as recentes medidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prometem redefinir as relações econômicas internacionais. Trump, que assumiu seu segundo mandato na última segunda-feira, 20 de janeiro, anunciou uma série de políticas agressivas direcionadas principalmente ao México, mas com potenciais repercussões globais. Hudson alerta que essas ações podem desencadear uma verdadeira guerra comercial em escala mundial.

De acordo com Hudson, Trump está implementando um conjunto de políticas que ele chama de "Guerra de Balanço de Pagamentos", com o objetivo de reduzir o déficit comercial dos Estados Unidos e proteger a indústria doméstica. Entre as medidas anunciadas estão a imposição de tarifas pesadas sobre importações mexicanas, especialmente em setores como automóveis, aço e produtos agrícolas. Além disso, o plano inclui restrições à transferência de tecnologia e investimentos americanos no México.

Hudson explica que Trump argumenta que o México tem se beneficiado de forma desleal do acordo comercial entre os dois países, o USMCA (Acordo Estados Unidos-México-Canadá), e que as novas medidas são necessárias para proteger empregos e empresas americanas. O presidente também criticou a política migratória mexicana, alegando que o país não tem feito o suficiente para conter o fluxo de imigrantes para os Estados Unidos.

Impactos no México e na economia global

O economista alerta que as medidas propostas por Trump têm gerado preocupação tanto no México quanto em outros países. O governo mexicano já sinalizou que pode retaliar com tarifas sobre produtos americanos, o que poderia levar a uma guerra comercial em larga escala. Hudson ressalta que um conflito desse tipo poderia desestabilizar as cadeias de suprimentos globais, especialmente em setores como automotivo e eletrônico, onde México e Estados Unidos têm uma relação de interdependência.

Além disso, Hudson destaca que a proposta de Trump pode ter efeitos colaterais em outras economias. Países como China, Canadá e membros da União Europeia estão monitorando a situação de perto, temendo que as medidas americanas possam levar a um protecionismo generalizado e a uma desaceleração do comércio global.

Reações políticas e econômicas

Hudson observa que a comunidade internacional tem reagido com cautela às propostas de Trump. Enquanto alguns setores da indústria americana apoiam as medidas como forma de proteger empregos, outros criticam o potencial impacto negativo sobre os consumidores, que podem enfrentar preços mais altos em produtos importados.

Hudson também analisa as implicações domésticas das propostas de Trump nos Estados Unidos. Em seu segundo mandato, Trump busca consolidar sua base eleitoral com um discurso de proteção à economia americana. No entanto, Hudson questiona se essas medidas podem realmente ser implementadas de forma eficaz, dada a complexidade das relações comerciais globais e a possível resistência no Congresso.

A análise de Michael Hudson marca mais um capítulo na discussão sobre a abordagem agressiva de Trump em política comercial, reminiscente de suas ações durante seu primeiro mandato. Enquanto o México se prepara para possíveis retaliações, o mundo observa com atenção os desdobramentos de uma política que pode redefinir as regras do comércio internacional. O impacto dessas medidas, tanto para a economia americana quanto para a global, ainda é incerto, mas uma coisa é clara: o cenário econômico internacional está prestes a enfrentar novos desafios.

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