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Mercadante defende democratização do mercado de capitais e retomada de IPOs no Brasil

Em evento no BNDES, presidente do Banco e Geraldo Alckmin ressaltam papel do setor público em impulsionar investimentos e inovação

Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e vice-presidente da República, Gerlado Alckmin, na abertura do seminário (Foto: André Telles/BNDES)

247 - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou que o fomento público é essencial para fortalecer o mercado de capitais e estimular a retomada de investimentos no país. A declaração foi feita nesta quarta-feira (24), durante seminário realizado na sede do Banco, no Rio de Janeiro, que reuniu autoridades do governo, representantes dos principais bancos privados e executivos dos maiores fundos de investimento globais. As informações são do próprio BNDES.

Na abertura do evento, Mercadante destacou que a democratização do mercado de capitais deve contar também com a atuação dos bancos públicos. “O mercado de capitais só se fortalece com bancos privados fortes, dinâmicos e criativos, mas um banco público também pode construir pontes. Nada substitui o setor privado, mas o setor público pode acelerar esse processo”, disse.

Ele defendeu ainda a necessidade de criar condições para a retomada de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) na bolsa brasileira. “É fundamental que o Brasil volte a fazer IPOs, porque é uma oportunidade de as empresas captarem independentemente do custo da taxa Selic. Um mercado primário consistente e um mercado secundário forte impulsionam a industrialização e a inovação”, afirmou o presidente do BNDES.

Mercadante alertou para o baixo nível de participação dos brasileiros no mercado de capitais: apenas 2% da população, contra 48% nos Estados Unidos, 16% na China e 11% na Índia. Para ele, diversificar instrumentos e oferecer mais segurança aos investidores é fundamental para atrair a classe média. Nesse sentido, adiantou que o Banco se prepara para apoiar novos títulos em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), capazes de reduzir oscilações e ampliar a rentabilidade. “Queremos fomentar o mercado secundário com segurança e calma, sempre em parceria com o setor privado”, ressaltou.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reforçou a importância da atuação do BNDES no segmento. “Cada R$ 1 ajuda a alavancar mais R$ 3,40 em setores estratégicos como descarbonização, saúde, biotecnologia, startups e minerais críticos. É uma alavanca importante gerar mais emprego e renda”, disse.

Além das falas de Mercadante e Alckmin, o encontro reuniu líderes de bancos privados e gestores de fundos, que destacaram a necessidade de maior profundidade no mercado secundário, a retomada dos IPOs e a redução do custo de capital para o avanço sustentável da economia. Também estiveram em debate temas como regulação de fintechs, combate a fraudes financeiras, investimentos em sustentabilidade, tokenização de ativos e avanços regulatórios para atrair novos fundos ao país.

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