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Maiores redes de varejo do Brasil faturam R$ 1,3 trilhão em 2024

Levantamento do IRTT mostra que as 300 maiores cresceram mais que o mercado, mas distância foi a menor da década

Maiores redes de varejo do Brasil faturam R$ 1,3 trilhão em 2024 (Foto: Divulgação)

247 - As 300 maiores varejistas do Brasil somaram R$ 1,3 trilhão em vendas brutas em 2024, empregando cerca de 1,7 milhão de pessoas, segundo levantamento do Instituto Retail Think Tank (IRTT), divulgado pelo jornal Valor Econômico

Embora esse grupo continue crescendo acima da média do setor, a diferença em relação ao mercado foi a menor registrada desde o início da série histórica, há dez anos.

De acordo com os consultores Alberto Serrentino, Eduardo Terra e Helio Biagi, fundadores do IRTT, quando se considera uma base constante de 212 companhias presentes no ranking desde 2015, a alta foi de 9,6% em 2024, frente aos 8,2% do varejo restrito medido pelo IBGE. A distância, que em 2023 chegou a mais de sete pontos percentuais, caiu para pouco mais de um ponto no último ano.

Gigantes em ritmo menor e mercado mais pulverizado

Pela primeira vez desde 2018, as maiores redes cresceram menos de dois dígitos. O resultado reflete tanto a perda de fôlego de grandes cadeias quanto a aceleração de empresas de médio porte espalhadas pelo país. Segmentos como eletrodomésticos, lojas de departamento e artigos para o lar puxaram a desaceleração, em meio a juros elevados, maior competição e consumo enfraquecido.

“A concentração de mercado recuou em relação aos anos anteriores. O avanço do consumo não se acumulou no topo”, afirmou Serrentino. Entre as cinco maiores, o crescimento foi de 8,4%, enquanto as dez maiores avançaram 7,8%, abaixo da média geral do grupo.

Novas redes e fortalecimento regional

O estudo, agora chamado “Ranking Top 300 do Varejo Brasileiro Mastercard/IRTT”, também destacou a entrada de novas companhias que souberam explorar nichos específicos e fortalecer suas marcas. A gelateria Bacio di Latte, criada há menos de 15 anos, já alcançou faturamento de R$ 900 milhões. A Obramax, rede de atacarejo de materiais de construção do grupo Leroy Merlin, vendeu R$ 1,7 bilhão em 2024 e projeta R$ 3 bilhões neste ano.

No campo do varejo regional, o grupo Koch, de Santa Catarina, cresceu 30% em 2024 e atingiu R$ 10 bilhões em vendas anuais. “A gente cresce com nosso capital, evitamos nos endividar e planejamos tudo previamente, mas também conseguimos pegar a onda de expansão do atacarejo”, disse José Koch, CEO da rede.

Supermercados e farmácias lideram

O relatório mostra ainda que supermercados e farmácias consolidaram sua posição como principais motores do comércio brasileiro. Juntos, esses segmentos já respondem por dois terços de tudo o que é vendido no país, participação que há dez anos era de 57%. Enquanto isso, setores de não alimentos, como eletrodomésticos e moda, recuaram de 39% para 30% do total.

No ranking das cinco maiores redes em 2024 aparecem, nesta ordem, Carrefour, Assaí, Magazine Luiza, RD Saúde (Raia Drogasil) e Grupo Boticário. A Casas Bahia caiu para a sexta posição, enquanto a Amazon subiu cinco lugares, passando à frente da Americanas.

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