Ibovespa tem 10ª alta seguida e bate recorde após titubear com ajustes
A bolsa refletiu movimentos de realização de lucros, e o "mau humor" no cenário internacional
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou com valorização modesta nesta terça-feira, mas renovou máxima, após titubear com ajustes na esteira da maior série de altas desde meados do ano passado, pressionado pela queda das ações de Vale e Embraer.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,17%, a 150.704,20 pontos, completando dez pregões seguidos com sinal positivo - a maior sequência desde julho de 2024, quando subiu em 11 sessões.
Na máxima do dia, marcou 150.887,55 pontos, novo topo intradia. Na mínima, registrou 149.978,79. O volume financeiro somou R$25,18 bilhões.
Na visão do sócio e advisor da Blue3 Investimentos Willian Queiroz, a bolsa refletiu em alguns momentos movimentos de realização de lucros, bem como o "mau humor" no cenário internacional.
Em Nova York, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário dos Estados Unidos, recuou 1,17%, com presidentes de grandes bancos alertando que os mercados acionários podem estar caminhando para uma correção negativa.
Queiroz também destacou a expectativa para a decisão de política monetária do Brasil na quarta-feira, quando a Selic deve ser mantida em 15%.
Dado o consenso sobre a decisão, o foco das atenções deve ficar sobre o comunicado que será divulgado ao término da reunião e pode sinalizar os próximos passos do BC.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira que as taxas de juros estão "exageradamente restritivas" e defendeu que a autoridade monetária dê ao menos uma sinalização sobre cortes à frente.
DESTAQUES
- VALE ON caiu 1,12%, acompanhando a fraqueza dos preços futuros do minério de ferro na China. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian caiu 1,71%, a 775,5 iuans (US$108,87) a tonelada.
- EMBRAER ON recuou 3,6%, após divulgação do resultado do terceiro trimestre com lucro líquido ajustado de R$289,4 milhões ante R$1,23 bilhão um ano antes. A receita líquida, por sua vez, aumentou para R$10,87 bilhões.
- KLABIN UNIT fechou em alta de 2,95%, mesmo com a queda de 34% no lucro líquido do terceiro trimestre ante o resultado apurado no mesmo período um ano antes. O Ebitda ajustado cresceu 17%, com ampliação da margem de 36% para 39%.
- BB SEGURIDADE ON avançou 1,2%, após mostrar alta de 13% no lucro recorrente do terceiro trimestre, afirmando que o principal destaque foi o resultado financeiro, impulsionado pela expansão de volumes e alta da taxa Selic.
- TIM ON subiu 1,2%, após alta de 50% no lucro líquido do terceiro trimestre sobre o desempenho de um ano antes, com expansão controlada de despesas. O Ebitda ajustado aumentou 7,2%, a R$3,47 bilhões.
- COSAN ON caiu 3,12%, após precificar oferta de ações a R$5 por papel e aprovar novo follow-on para melhorar o perfil de crédito e liquidez da empresa, além de controladas e investidas, incluindo Raízen. RAÍZEN PN cedeu 2,13%.
- ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 0,3% antes da divulgação do balanço do terceiro trimestre após o fechamento do mercado, na contramão do sinal que prevaleceu no setor no Ibovespa.
- PETROBRAS PN valorizou-se 0,5%, descolando da queda dos preços do petróleo no mercado externo. O barril sob o contrato Brent fechou o dia com declínio de 0,69%, a US$64,44.

