Futuros do ouro nos EUA ultrapassam marca de US$ 4.000 em meio a corrida recorde
Os contratos futuros de ouro para dezembro subiram 0,7%, fechando a US$ 4.004,4, após atingir a máxima de US$ 4.014,6 no pregão
(Reuters) – Os contratos futuros de ouro nos Estados Unidos ultrapassaram nesta terça-feira (7) pela primeira vez o marco de US$ 4.000 por onça, impulsionados pela expectativa de um corte na taxa de juros do Federal Reserve ainda neste mês e pela persistente demanda por ativos de refúgio, diante da paralisação do governo norte-americano.
Os contratos futuros de ouro para dezembro subiram 0,7%, fechando a US$ 4.004,4, após atingir a máxima de US$ 4.014,6 no pregão.
O ouro à vista avançava 0,6%, cotado a US$ 3.985,82 por onça às 13h48 em Nova York (17h48 GMT), depois de registrar um recorde histórico de US$ 3.990,85 mais cedo na sessão. O principal mercado de referência para o ouro físico é o balcão de Londres (OTC), considerado parâmetro global de preços.
“São fluxos contínuos em busca de porto seguro, em parte devido ao fechamento do governo e sem indicação real de uma solução a curto prazo. Isso mantém uma demanda bastante sólida pelo ouro”, afirmou Peter Grant, vice-presidente e estrategista sênior de metais da Zaner Metals.
O ouro, que não gera rendimento e costuma se valorizar em tempos de incerteza e juros baixos, já acumula alta de 51% neste ano. A disparada é sustentada por uma combinação de fatores: expectativas de cortes nas taxas de juros, incertezas políticas e econômicas, forte compra por bancos centrais, entrada de recursos em fundos de índice (ETFs) lastreados em ouro e enfraquecimento do dólar.
A paralisação do governo dos EUA chegou ao sétimo dia nesta terça-feira. O impasse adiou a divulgação de indicadores econômicos importantes, obrigando investidores a se apoiar em dados secundários, não oficiais, para estimar o ritmo e a magnitude dos cortes de juros pelo Fed.
Atualmente, os investidores precificam uma redução de 25 pontos-base na reunião do Fed deste mês, além de outro corte de mesma magnitude esperado para dezembro.
Enquanto isso, a turbulência política na França e no Japão mexeu novamente com os mercados de moedas e de títulos públicos.
O Banco Central da China acrescentou ouro às suas reservas em setembro pelo 11º mês consecutivo, segundo dados do Banco Popular da China.
Na segunda-feira, o Goldman Sachs elevou sua projeção para o preço do ouro em dezembro de 2026, de US$ 4.300 para US$ 4.900 por onça, citando fortes entradas em ETFs ocidentais e provável continuidade das compras de bancos centrais.
Em outros metais preciosos, a prata à vista caiu 1,4%, para US$ 47,86 por onça, a platina recuou 0,5%, para US$ 1.617,41, enquanto o paládio avançou 2,1%, para US$ 1.347,52.